Dia Nacional do Voluntariado: conheça projetos que vêm fazendo a diferença na cidade do Rio
08-28 HaiPress
Projeto Operação Marmita nasceu como forma de uma família lidar com o processo de luto — Foto: Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 28/08/2024 - 04:31
Projetos no Rio combatem desigualdades sociais
No Dia Nacional do Voluntariado,projetos no Rio combatem desigualdades sociais. Destaque para Providenciando,que apoia gestantes carentes e oferece programas de empregabilidade. Operação Marmita entrega refeições a pessoas em situação de rua. Projeto Voluntário de Odontologia auxilia crianças com doenças cardíacas. Ações solidárias visam impactar comunidades e transformar vidas.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Nesta quarta-feira,28 de agosto,é celebrado o Dia Nacional do Voluntariado. Criada pela Lei 7.352,de 1985,a data homenageia as pessoas que dedicam seu tempo a ajudar outras sem esperar benefícios em troca. Muitos projetos voluntários foram criados no Rio de Janeiro ao longo dos anos. Iniciativas como Gastromotiva,Cine Carioca Nova Brasília,Instituto Bola Pra Frente e Projeto Urê marcaram a história do município,combatendo a desigualdade social em diferentes frentes e de diversas formas. Para compartilhar mais sobre essas ações que fazem a diferença para a população carioca,apresentamos hoje três histórias de trabalhos voluntários que estão atuando na cidade.
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Localizado a dez minutos do Morro da Providência,na Zona Portuária do Rio de Janeiro,o projeto Providenciando a Favor da Vida foi criado pela fisioterapeuta Raquel Spinelli. Ele surgiu após Raquel observar os desafios enfrentados pelas gestantes que moravam no Morro da Providência.
— Eu sou moradora da região portuária,nasci e fui criada na comunidade,e sempre quis fazer algo por este local — afirma Raquel. — Enquanto atendia as gestantes na favela,fui percebendo como a gestação delas era muito mal vivida,em comparação às minhas pacientes do Leblon e de Ipanema,que viviam o momento de forma muito mais plena e saudável. Isso me gerou um incômodo,e eu decidi criar o projeto para atender essas mulheres em situação de vulnerabilidade.
Em 2011,Raquel criou o Providenciando e atuou como voluntária do projeto por mais de 10 anos. Hoje,após a oficialização do projeto como uma Organização Não Governamental (ONG),a fisioterapeuta trabalha quase integralmente na ação.
— Em 2014,o Providenciando foi oficializado como uma ONG,e captar recursos se tornou muito mais trabalhoso — relembra Raquel. — Nesse momento,entendi que agora estava no comando de uma nova empresa e comecei a realmente me dedicar a esse trabalho.
O Providenciando nasceu após a fisioterapeuta Raquel Spinelli ter notado a diferença social na gestação de suas pacientes em situação de vulnerabilidade — Foto: Divulgação
Atualmente,além do projeto que apoia mulheres em gestações não planejadas,chegando a atender 200 gestantes por ano,o Providenciando conta com um programa de empregabilidade e geração de renda voltado para mulheres de baixa renda,além de uma creche integral que recebe,mensalmente,140 crianças da Comunidade da Providência.
— Futuramente,planejamos conseguir uma sede própria para expandir nosso trabalho para outras comunidades — afirma Raquel. — As necessidades dos moradores da comunidade são muito amplas,então queremos muito continuar,crescer e influenciar a população. É parte da nossa missão compartilhar essa cultura de solidariedade,mostrando que a vida não é individual.
Hoje,o Providenciando conta com cerca de 20 voluntários que participam ativamente das atividades,mas frequentemente realiza ações em parceria com outras empresas. Para celebrar o Dia Nacional do Voluntariado,por exemplo,a ONG,em parceria com o Grupo CCR,realizará nesta quinta-feira a revitalização e ampliação da horta e do jardim de sua creche,a Anita Way.
Um dos maiores objetivos do projeto é facilitar a relação das gestantes com as dificuldades enfrentadas no período — Foto: Divulgação
Cerca de 20 colaboradores das concessionárias CCR Barcas e VLT Carioca participarão da reforma da horta,plantando mais de 300 mudas de hortaliças e ervas,além de reorganizar o jardim. Os participantes do mutirão contarão com assessoria técnica da ONG Cidades Sem Fome,e todos os insumos para a reforma foram doados pelas empresas.
— Ações de voluntariado aproximam as pessoas e qualificam o serviço que oferecemos a quem mais precisa — afirma Raquel. — Ter a horta que serve nossas famílias reabastecida e completamente revitalizada significa muito. Toda colaboração importa e pode transformar vidas.
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A quase 40 quilômetros do Morro da Providência,uma família do bairro de Padre Miguel,na Zona Oeste do Rio,utilizou o trabalho voluntário como uma forma de lidar com uma perda. Coordenado pela jornalista Ana Flávia Rodrigues,de 23 anos,a Operação Marmita é um projeto que entrega refeições mensalmente para a população em situação de rua em Padre Miguel e arredores. Em seu terceiro ano de atuação,a iniciativa pretende se expandir.
— O projeto nasceu em 2021,após a morte da Andreza,uma integrante muito querida da nossa família — diz Ana Flávia. — Nossa família é muito unida,e o projeto foi a forma que encontramos de ressignificar esse luto,pensando na memória dela e usando esse sentimento para mudar a realidade à nossa volta.
O projeto que começou com a entrega de 56 marmitas,hoje distribuiu cerca de 300 refeições por mês — Foto: Divulgação
O projeto,que começou com 56 refeições distribuídas em Padre Miguel num domingo de Páscoa,atualmente entrega cerca de 300 quentinhas por mês,chegando a 600 em edições especiais,e expandiu sua atuação para os bairros de Campo Grande,Bangu,Realengo e Marechal Hermes. Hoje,a Operação Marmita funciona por meio de doações e conta com cerca de 30 voluntários mensalmente. Entre os participantes estão membros e amigos da família Rodrigues,além de moradores dos arredores que conheceram o projeto pelas redes sociais e decidiram ajudar.
— Atualmente,temos uma campanha de arrecadação para conseguir nosso CNPJ e profissionalizar a Operação — afirma Ana Flávia. — Pretendemos expandir nosso trabalho,criar novas formas de comunicação com o público e com nossos doadores,construindo um projeto sólido que atenda mais pessoas e consiga fazer mais pela população em situação de rua.
Embora exista o movimento para oficializar o projeto,Ana Flávia afirma que o objetivo final da Operação Marmita é se tornar cada vez menos necessária:
— Aumentamos muito de tamanho nos últimos anos. Já são três anos,e,quando olhamos para trás,vemos que o projeto cresceu. Mas,na verdade,sempre dizemos que o grande objetivo da Operação Marmita é não precisar mais existir,que no futuro possamos viver em uma cidade onde a fome e a miséria não sejam uma realidade.
O projeto conta com cerca de 30 voluntários mensalmente. Entre familiares e amigos,também podemos encontrar pessoas que conheceram o projeto pelas redes — Foto: Divulgação
Saindo da Zona Oeste e descendo pela cidade até o bairro de Botafogo,na Zona Sul,um grupo de sete dentistas voluntários pode ser encontrado cuidando do sorriso de crianças e adolescentes assistidos pela ONG Pro Criança Cardíaca. Em 2003,o dentista Pierre Gentil implementou uma iniciativa que mudaria a vida de muitos desses jovens. Em parceria com a ONG,ele fundou o Projeto Voluntário de Odontologia.
— A higiene bucal adequada é fundamental para pacientes com doenças cardíacas,pois eles têm maior risco de desenvolver infecções que podem comprometer seriamente sua saúde — diz Pierre.
Hoje,o projeto idealizado pelo Dr. Pierre conta com sete desntistas voluntários — Foto: Divulgação
A atuação da equipe vai além dos tratamentos odontológicos. Eles também se dedicam a educar crianças e familiares,distribuindo uma cartilha informativa que explica a importância dos cuidados diários e da prevenção de doenças bucais.
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Com três anos,o paciente do Pro Criança,Ronald Maciel,tinha toda a dentição de leite comprometida. Foi com a odontopediatra Dra. Bartira Volschan,uma das profissionais voluntárias,que recebeu os cuidados essenciais. A profissional realiza,em média,seis atendimentos gratuitos na sede do Pro Criança.
— Foram muitas extrações e restaurações com o Ronald ainda muito pequeno — conta Bartira. — Hoje,com 12 anos,todos os dentes permanentes estão sem cárie. É importante também um trabalho de conscientização dos familiares,pois muitas vezes eles tentam suprir as dores causadas pelas questões do coração,como internações frequentes,com guloseimas que podem prejudicar a dentição dessas crianças.
O projeto proporciona não apenas sorrisos saudáveis,mas também qualidade de vida a pacientes que enfrentam grandes desafios socioeconômicos. Além dessa ação voluntária,o Pro Criança oferece cestas básicas,medicamentos e kits de higiene bucal,com uma abordagem multidisciplinar de cuidado,que inclui ainda Dermatologia,Nutrição e Psicologia.
*Estagiário sob a supervisão de Sanny Bertoldo.