Com rejeição em alta na capital, Castro vira alvo de rivais que miram disputa ao governo do Rio em 2026
09-15 HaiPress
O governador do Rio,Cláudio Castro,em cerimônia no Palácio Guanabara: troca na segurança deu munição a rivais e irritou aliados — Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/25-07-2024
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 15/09/2024 - 03:30
Rivais miram Cláudio Castro em 2026: críticas e pressão política.
Com alta rejeição na capital,Cláudio Castro é alvo de rivais de olho no governo do Rio em 2026. Críticas incluem segurança e gestão. Aliados insatisfeitos após demissão na Polícia Civil. Pressão política e ameaças veladas complicam cenário. Disputa eleitoral e tensões indicam desafios para o governador.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Com reprovação em alta na capital e em meio a uma crise com aliados,o governador Cláudio Castro (PL) foi arrastado para a campanha à prefeitura do Rio e virou alvo constante de adversários. Ao citar um “aumento gigante da violência” como justificativa para trocar a chefia da Polícia Civil no início deste mês,Castro de uma só vez entregou munição para o prefeito Eduardo Paes (PSD),que busca culpar o governador por problemas na segurança,e ainda irritou a base de seu governo. À esquerda,o candidato do PSOL,Tarcísio Motta,também procura atacar Castro,cuja gestão classificou recentemente como “desastre”.
Lauro Jardim: Cláudio Castro faz aceno ao vice,com quem não dialoga há mesesPulso: A avaliação de Lula,Castro e Paes no Rio de Janeiro,de acordo com a Quaest
Paes,que lidera as pesquisas e busca a reeleição,vem tratando Castro como “padrinho” da candidatura do bolsonarista Alexandre Ramagem (PL). O prefeito,que prepara terreno para se candidatar ao governo estadual em 2026 — embora negue esta intenção —,também já frisou em sua propaganda que os problemas de segurança “não se limitam” à capital,e que já apresentou propostas para resolvê-los nas duas ocasiões em que se candidatou ao Palácio Guanabara,em 2006 e 2018.
Segundo pesquisa Quaest em agosto,Castro é avaliado positivamente por 14% dos cariocas,enquanto 42% consideram sua gestão negativa na capital. É o inverso da avaliação de Paes,que tem 51% de aprovação e 13% de reprovação. Os números de Castro são piores ainda do que os do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de expor Castro a críticas de adversários na segurança,área sensível nesta eleição,a troca da chefia da polícia derreteu a base política do governador na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Demitido por Castro há dez dias,o delegado Marcus Amim havia assumido a Polícia Civil no fim do ano passado numa articulação da Alerj,que mudou a lei orgânica da polícia para permitir sua nomeação. Na semana passada,após a demissão e sob críticas a Castro,Amim ganhou o cargo de coordenador de Segurança da Alerj.
Ameaças veladas
Mal digerida por aliados,a saída de Amim gerou uma saia-justa para Ramagem,que reconheceu em sabatina do GLOBO que o governo “ainda precisa melhorar muito” a atuação na segurança pública — principal bandeira do candidato. A demissão ainda desagradou o presidente do Alerj,Rodrigo Bacellar (União),que disputa influência no governo com outros interlocutores.
Na quinta-feira,parlamentares do PL e do União constrangeram sete secretários de Castro com uma convocação para depor numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura um suposto descumprimento da Lei de Acesso à Informação na gestão estadual. Apelidada de “CPI da Transparência” e criticada por integrantes do governo pela falta de um objeto definido,a comissão passou a mirar em aliados de longa data de Castro,com ameaças à sustentação política do governo.
A linha de frente da CPI reúne nomes de confiança de Bacellar,como o deputado Rodrigo Amorim (União). Ele também é candidato à prefeitura do Rio,devido a uma articulação do governo Castro para engrossar a oposição contra Paes. Na sessão de quinta,Amorim usou a CPI para criticar o governo e citou “rumores de arapongagem” por parte do Palácio Guanabara contra deputados.
Presidente da CPI,Alan Lopes (PL),que acompanhou Ramagem ao primeiro debate da campanha na TV Band,chegou a sugerir na sessão que o próprio Castro teria que “sentar aqui e ouvir”,se os deputados quisessem convocá-lo. Depois,disse que citou o governador por “força de expressão”,mas manteve o tom bélico e lembrou o impeachment do ex-governador Wilson Witzel,de quem Castro era vice:
— Não é interessante para ninguém ter mais um impeachment de governador. A gente está aqui para ajudar o estado,mas como podemos ajudar com essa pouca vergonha que está acontecendo?
Procurado,o governo do Rio não retornou os contatos.
Interlocutores de Castro avaliam que a crise tem como pano de fundo a disputa pelo governo em 2026. Bacellar aspira concorrer ao Guanabara,impulsionado pela máquina estadual. Neste ano,Castro prestigiou o lançamento de candidatos a prefeito aliados de Bacellar em municípios como Belford Roxo e Campos dos Goytacazes. No geral,porém,tem tido participação discreta na campanha municipal.
O futuro político de Castro,que já aspirou concorrer ao Senado,hoje é incógnita. Para concorrer a outro cargo em 2026,ele teria que repassar o governo a seu vice,Thiago Pampolha (MDB),com quem rompeu politicamente.