Alta corte de Hong Kong anula condenação de organizadores de vigílias por vítimas da Praça da Paz Celestial
03-06 HaiPress
Livre: o ativista Tang Ngok-kwan fala com repórteres,na saída do tribunal em Hong Kong — Foto: Holmes CHAN / AFP
RESUMO
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Hong Kong: Tribunal Anula Condenações de Organizadores de Vigília
A alta corte de Hong Kong anulou as condenações de três organizadores de vigílias em homenagem às vítimas da repressão na Praça da Paz Celestial,por falta de provas. A decisão representa um revés para o governo,que usa a lei de segurança nacional para reprimir a dissidência. Os juízes determinaram que as autoridades não comprovaram que a Aliança de Hong Kong era um agente estrangeiro,como alegado.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O principal tribunal de Hong Kong decidiu nesta quinta-feira a favor de três organizadores de uma vigília em homenagem às vítimas da repressão na Praça da Paz Celestial,anulando suas condenações por se recusarem a fornecer informações à polícia de segurança nacional.
A decisão representou um revés para o governo,que tem reprimido a dissidência utilizando os amplos poderes concedidos pela lei de segurança nacional imposta pela China,após as grandes manifestações pró-democracia de 2019.
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A lei pode ser usada para exigir informações de supostos "agentes estrangeiros",e as autoridades recorreram a esse poder em 2021 contra a agora dissolvida Aliança de Hong Kong,que organizava vigílias anuais para lembrar a repressão na Praça da Paz Celestial,em Pequim,em 1989,antes de esses protestos serem proibidos.
Três líderes do grupo,Chow Hang-tung,Tang Ngok-kwan e Tsui Hon-kwong,foram condenados a quatro meses e meio de prisão,cada um,por se recusarem a fornecer as informações solicitadas.
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No entanto,o colegiado de cinco juízes decidiu nesta quinta-feira a favor dos réus,afirmando que a acusação "impossibilitou que tivessem um julgamento justo".
- A corte permite,por unanimidade,os recursos - declarou o presidente do tribunal,Andrew Cheung.
Tang,que já havia cumprido sua pena de prisão,afirmou que a decisão representa uma reabilitação para seu grupo e pediu que a população não se esqueça das vítimas da repressão em Tiananmen.
- Isso é extremamente gratificante para aqueles que apoiam a Aliança e seus voluntários - disse ele a jornalistas.
Os promotores alegaram que a lei de segurança nacional obriga a entrega das informações sempre que a polícia "acreditar razoavelmente" que se tratam de agentes estrangeiros,sem necessidade de comprovar isso em tribunal.
No entanto,os juízes consideraram essa uma interpretação equivocada da lei e determinaram que as autoridades deveriam provar que a Aliança era,de fato,um agente estrangeiro antes de exigir as informações. "Não houve qualquer tentativa de apresentar tais provas",escreveram.