Contra o fogo nos canaviais, usinas de cana-de-açúcar investem no monitoramento de câmeras conectadas
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Centro de operações da Usina Lins,no interior de São Paulo — Foto: Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 17/03/2025 - 20:38
Usinas do Centro-Sul adotam alta tecnologia para combater incêndios em canaviais
Usinas de cana-de-açúcar do Centro-Sul estão intensificando ações contra incêndios nos canaviais após um recorde de 414 mil hectares queimados em 2024. Com investimentos de até R$ 2,8 milhões,empresas adotam câmeras 360º com inteligência artificial e integração com a Polícia Militar para monitorar e prevenir focos de incêndio. A Usina Lins e a Caeté ampliam seu arsenal com caminhões-pipa e brigadistas,visando inibir incêndios criminosos e reduzir prejuízos.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Depois do recorde de 414 mil hectares de canaviais queimados em 2024,o setor sucroalcooleiro do Centro-Sul está reforçando as ações de prevenção,monitoramento e combate ao fogo na nova safra de cana,que começa em abril.
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Isso inclui a adoção de novas tecnologias,como monitoramento com câmeras 360º de alto alcance com inteligência artificial (IA),para identificar os focos com maior rapidez. Além disso,há câmeras integradas com o sistema da Polícia Militar para identificar possíveis incêndios criminosos. As usinas investem ainda na aquisição de mais equipamentos e no treinamento de novos brigadistas.
A Usina Lins,que gerencia 75 mil hectares de cana-de-açúcar na região de Lins (SP) e teve 1.831 hectares atingidos pelo fogo no ano passado,já havia instalado,no fim de 2023,seis câmeras com IA. A partir da safra deste ano,serão nove,com monitoramento 24 horas por dia,em um centro de operações da usina.
Além de câmeras,investimento da Usina Lins na prevenção de queimadas inclui a aquisição de três caminhões-pipa,uma caminhonete de combate rápido e duas torres de monitoramento — Foto: Divulgação
Segundo o diretor agrícola,Rodrigo Correa,este ano a empresa está investindo R$ 2,8 milhões. Além das câmeras,esse valor inclui a aquisição de três caminhões-pipa,uma caminhonete de combate rápido e duas torres de monitoramento. Com isso,serão 10 caminhões-pipa e 57 brigadistas.
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A Caeté,unidade de Paulicéia (SP) do Grupo Carlos Lyra,investiu este ano R$ 200 mil na instalação de câmeras de longo alcance para monitorar seus canaviais e os de parceiros. As câmeras são integradas ao sistema da PM.
Segundo Glênio Fireman Tenorio Filho,superintendente da área industrial da Caeté,o número de câmeras será ampliado. O principal objetivo,diz,é flagrar incendiários e impedir que um pequeno foco cresça e cause um prejuízo grande:
— No ano passado,tivemos problemas com incêndios criminosos. Até fizemos alguns flagrantes,mas com as câmeras vamos expandir nossa vigilância e as ações de prevenção,monitoramento e combate.
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Incêndios em canaviais não são incomuns,mas,segundo o setor,em 2024 a quantidade de focos e a intensidade surpreenderam.
José Guilherme Nogueira,CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana),estima que 80% dos incêndios nos canaviais começam em mato à beira das rodovias e ferrovias.
Em 2024,até quem já fazia monitoramento foi afetado. A francesa Tereos teve 30 mil hectares de canaviais queimados,com perdas de R$ 100 milhões. A empresa usa um sistema de 13 satélites meteorológicos,com envio automático de alertas.
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Segundo Felipe Mendes,diretor de Sustentabilidade,Novos Negócios e Relações Institucionais da Tereos,os alertas visuais e sonoros trazem informações sobre a área atingida pelo fogo:
— Nosso sistema é equipado com a tecnologia Triplo 30,que sinaliza as áreas críticas para combate considerando ventos acima de 30 km/h,temperatura acima de 30ºC e umidade abaixo de 30%,ajudando a direcionar esforços para um combate mais assertivo.