Lula discursa nesta quarta em reunião com países da América Latina em busca de integração regional
04-09 HaiPress
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Gustavo Petro,presidente da Colômbia (E); Claudia Sheinbaum,presidente do México,e Gabriel Boric,presidente do Chile (D),durante a Cúpula de Líderes do G20 — Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa nesta quarta-feira,em Honduras,da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac),única organização que reúne os 33 países latino-americanos e caribenhos.
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O evento ocorre em meio a anúncios de tarifas por parte do presidente americano,Donald Trump,e do deportações de imigrantes,incluindo latinos.
A Celac vive um momento de profunda fragilidade,mas Lula e seus aliados — entre eles o presidente da Colômbia,Gustavo Petro,que assumirá a presidência temporária da organização — buscarão alternativas para superar uma fase de profundas divisões.
O Itamaraty informou que o tema das tarifas não estava na pauta das negociações,até porque,quando a agenda foi preparada,não havia informação da extensão dessas tarifas.
Por outro lado,o tema da imigração será um dos destaques da Cúpula. A ideia é reativar um grupo de trabalho que existia na Celac para tratar do tema.
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Devem participar do encontro ainda os presidentes do México,Claudia Sheinbaum,da Colômbia,da Bolívia,Luis Arce,do Uruguai,Yamandú Orsi,de Cuba,Miguel Diáz-Canel,entre outros,segundo o governo hondurenho,que organiza a Cúpula dessa semana.
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O Brasil levará a Honduras algumas propostas,entre elas a de articular um nome da região para disputar a secretaria-geral da ONU em 2026. O último latino-americano no cargo foi o peruano Javier Pérez de Cuéllar,de 1982 a 1991. Antes disso,haverá uma renovação dos membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH),e o governo Lula quer garantir um equilíbrio entre seus membros. Existe o risco,comentaram fontes do governo brasileiro,de que a CIDH fique com uma maioria de membros conservadores,em alguns casos,ligados ao bolsonarismo no Brasil.
A Celac,criada em 2010 como um espaço no qual,diferentemente da Organização dos Estados Americanos (OEA),os Estados Unidos não participam,é principalmente um foro de debate,no qual as declarações presidenciais e ministeriais são aprovadas por consenso. O problema hoje para o Brasil é justamente esse: a obrigatoriedade do consenso. E a principal pedra no sapato de qualquer busca de união na Celac é a Argentina de Javier Milei,que,desde que assumiu o poder,atua como porta-voz dos EUA.