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Saída de Juscelino faz governo Lula chegar à décima troca ministerial, em média de uma mudança a cada três meses

04-09 HaiPress

Presidente Lula com Juscelino Filho no Palácio do Planalto — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 08/04/2025 - 19:22

Décima troca ministerial no governo Lula: Juscelino Filho deixa pasta após denúncia de corrupção

A saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações,após ser denunciado pela PGR por suspeita de desvio de emendas,marca a décima troca ministerial no governo Lula,com uma média de mudança a cada três meses. Essa é a primeira troca ligada a suspeitas de corrupção,não diretamente relacionadas ao Planalto. Juscelino,que nega as acusações,aguarda decisão do STF sobre a denúncia.

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A saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações,acordada após o político ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas parlamentares,levará o governo Lula a chegar à décima troca no primeiro escalão. Desde o início do terceiro mandato do petista,em janeiro de 2023,a média é de uma mudança do gênero a cada 83 dias,ou pouco menos de três meses.

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A nova troca,no entanto,é a primeira relacionada a suspeitas de corrupção,ainda que não vinculadas ao Planalto em si. Antes,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já mudou ministros por desgastes políticos,em meio a acusações de assédio ou para acomodar aliados do Centrão,por exemplo.

Veja abaixo a dança das cadeiras

Gonçalves Dias (sem partido): Deixou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em abril de 2023,após virem à tona vídeos de sua postura durante os atos de 8 de janeiro daquele anoDaniela Carneiro (União Brasil): Em julho de 2023,foi substituída no Ministério do Turismo por Celso Sabino,do mesmo partido,em busca de mais apoio da sigla no CongressoAna Moser (sem partido): A ex-jogadora de vôlei deixou o Ministério do Esporte em setembro de 2023 para dar lugar a André Fufuca (PP),mais uma vez numa costura política junto ao CentrãoMárcio França (PSB): Nas mesmas tratativas,Silvio Costa Filho (Republicanos) assumiu a pasta de Portos e Aeroportos. França foi realocado no então recém-criado Ministério do Empreendedorismo,da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte Flávio Dino (PSB): Deixou a Esplanada no início de 2024 para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi substituído por Ricardo Lewandowski (sem partido) no Ministério da Justiça e Segurança PúblicaSilvio Almeida (sem partido): Acusado de assédio por Anielle Franco,ministra da Igualdade Racial,acabou sendo trocado por Macaé Evaristo (PT) na pasta de Direitos Humanos e Cidadania em setembro do ano passadoPaulo Pimenta (PT): Foi substituído por Sidônio Palmeira (sem partido) na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no início deste ano após críticas à condução da áreaNísia Trindade (sem partido): Um mês depois,em fevereiro,a ministra da Saúde não resistiu a diferentes pressões e deu lugar a Alexandre Padilha (PT)Alexandre Padilha (PT): Antes de assumir a pasta da Saúde,Padilha ocupava a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República,que passou a ser comandada por Gleisi Hoffmann (PT)Juscelino Filho (União Brasil): Entregou o cargo de ministro das Comunicações para focar na própria defesa após ser denunciado pela PGR

A PGR denunciou Juscelino por suspeita de desvio de emendas parlamentares no período em que era deputado federal. A acusação foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF),que vai decidir se torna o político réu. Em nota,Juscelino afirmou que é inocente e que confia na Corte para rejeitar a denúncia.

É a primeira denúncia apresentada pela PGR contra um integrante do primeiro escalão da gestão Lula neste mandato. O relator do caso no STF é o ministro Flávio Dino,que foi colega de Juscelino na Esplanada quando ocupou a pasta da Justiça. A denúncia está sob sigilo.

Juscelino foi indiciado em junho do ano passado pela Polícia Federal pelos crimes de organização criminosa,lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Em declarações de 2024,ao comentar o desfecho do inquérito da PF,o presidente Lula defendeu que o auxiliar tinha o direito de "provar que é inocente",mas acrescentou que ele poderia perder o cargo caso as investigações avançassem:

— O que eu disse para ele: só você sabe a verdade. Se o procurador indiciar (denunciar),você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento (denúncia),ele fica como ministro. Se houver indiciamento (denúncia),ele será afastado — afirmou o presidente duas semanas após a PF apresentar o relatório sobre o caso.

Em nota,a defesa de Juscelino disse que não foi notificada da denúncia,que,caso confirmada,será um "indício perigoso de estarmos voltando à época punitivista do Brasil".

"De toda forma",pontuou o texto,Juscelino "reafirma sua total inocência e destaca que o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa,nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país. O julgamento cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF),em quem Juscelino Filho confia que rejeitará a peça acusatória diante da sua manifesta ausência de provas".

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