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João Fonseca descarta pressão em estreia no Masters 1000 de Madri: 'Torcida está em peso. Gosto de jogar assim'

04-24 IDOPRESS

João Fonseca disputará seu segundo Grand Slam — Foto: Martin KEEP / AFP

Se o rosto de menino de João Fonseca já não chama tanto a atenção — afinal,o bom desempenho desde o fim do ano passado fez do brasileiro uma cara conhecida até por quem não acompanha o circuito de tênis muito de perto —,sua fala mansa ainda impressiona. Com uma tranquilidade invejável,especialmente para o esporte que pratica,Fonseca recebeu O GLOBO no complexo Caja Mágica,local de disputa do Masters 1000 de Madri,na capital espanhola. Ele estreia hoje,por volta das 10h20 (de Brasília),contra o qualifier dinamarquês Elmer Moller (a ESPN 2 e o Disney+ transmitem ao vivo),número 114 do mundo aos 21 anos.

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Parecendo ter,ainda aos 18 anos,uma clara noção do tamanho que sua carreira está tomando (e da responsabilidade que vem a reboque),o carioca projeta sua volta ao circuito após duas semanas de treino no Rio de Janeiro. Nesta gira de saibro,que culminará em Roland Garros,ele quer aprendizado,torcida e,se possível,um confronto com o ídolo Novak Djokovic.

Você começa agora sua temporada no saibro,nos torneios que o torcedor brasileiro mais conhece,até Roland Garros. Como é lidar com a pressão que já existe e que tende a aumentar?

Minha parada no Rio foi importante para manter a cabeça no lugar e focar nessa mudança de superfície. Muita coisa mudou nos últimos meses. Então,parar um pouco para refletir sobre o que eu melhorei,o que fiz de bom e o que ainda posso melhorar foi importante. Agora,estou com foco total nessa gira do saibro,que vai ser muito divertida. Gosto de jogar nessa superfície,diria até que é a minha favorita,porque comecei jogando nela. Estou feliz com tudo que está acontecendo. Ao mesmo tempo,vem a pressão. A torcida está toda em peso,mas eu gosto de jogar assim. É uma pressão boa. Acredito que a torcida vai estar comigo na maioria das vezes. Sigo feliz e com muita vontade de querer mais.

Nessas semanas sem torneios,o que identificou que pode melhorar no seu estilo de jogo? Tentar ficar mais tempo nos pontos é um desses aspectos?

Como é meu segundo ano no circuito e com um ranking melhor (atualmente é o 65º do mundo),estou entrando em torneios maiores. É um ano cheio de primeiras vezes: primeira vez em Roma,primeira vez jogando como profissional em Roland Garros,e também foi minha estreia em jogos de cinco sets na Austrália. Refletindo,vi que há aspectos técnicos a melhorar com meu treinador. Principalmente as diferenças entre o saibro e a quadra rápida. As transições são cada vez mais importantes. No saibro,o jogo é mais profundo,mais lento,o que favorece a defesa. São pontos técnicos que ajustamos juntos. E,claro,também trabalhei a parte mental nesse processo,refleti para colocar tudo isso na cabeça.

ESP Rio de Janeiro (RJ) 18/02/2024 - Rio Open 2025 - Jogo entre João Fonseca x Alexandre Müller. — Foto: Alexandre Cassiano

Você vem de torneios na América do Sul e em Miami,onde a presença da torcida foi barulhenta. Houve quem reclamasse. Como equilibrar essa empolgação e a liturgia do tênis? Acha que isso pode te prejudicar no circuito?

Me prejudicar? Para mim,não. É ótimo,eu gosto muito de jogar com a torcida. Desde novo,jogando no Country Club com 14 anos,já tinha bastante público. Na época,ficava um pouco nervoso. Mas fui aprendendo a lidar e vi que me dava força. Hoje,estou bem mais acostumado. Só me incomoda quando falam no meio dos pontos,entre os saques. Fora isso,acho que,com respeito ao adversário,está tudo certo dentro do esporte.

Você traçou alguma meta específica para esta gira do saibro? Chegar a alguma fase específica nos Masters 1000 ou em Roland Garros,por exemplo?

Neste momento,é mais sobre vivência e experiência. Está sendo tudo muito novo,então,é aproveitar cada semana e aprender o máximo,desfrutar... Eu não penso em metas de ranking,de colocação agora. A prioridade é trabalhar duro e dar o meu melhor.

João Fonseca em torneio de Indian Wells — Foto: Matthew Stockman/Getty Images/AFP

E metas de adversário? Quem é o jogador que mais quer enfrentar e ainda não teve a oportunidade?

Na minha cabeça,Djokovic,com certeza. O tempo dele no circuito já está acabando,e ele é um ídolo do esporte. Para mim,o melhor de todos os tempos. Seria incrível enfrentá-lo,nem que seja uma única vez.

Pelo chaveamento,isso pode acontecer já na semana que vem,nas quartas de final de Madri...

Vamos ver,vamos ver (risos).

Nesta semana,também aconteceu aqui em Madri o Prêmio Laureus,que elege os melhores atletas em todas as modalidades. Djokovic já ganhou,Roger Federer e Rafael Nadal também. Você almeja alcançar esse nível?

Todos os atletas sonham com isso. Não dá para dizer se vou chegar lá ou não. É algo que o tempo vai mostrar. Não é impossível,mas também não é fácil. O importante é seguir fazendo o meu trabalho. Como sempre digo,cada um tem sua história,seu legado. Então,é trabalhar duro e ver o máximo que posso alcançar.

(*O jornalista viajou a convite do Laureus)

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