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Messias já se reuniu com mais de 50 senadores

12-08 HaiPress

Jorge Messias visita senadores após ser indicado por Lula à vaga de Barroso no STF — Foto: Brenno Carvalho/ Agência O Globo

Na árdua campanha para ser confirmado no Supremo Tribunal Federal (STF),o advogado-geral da União,Jorge Messias,já se reuniu com mais de 50 senadores pessoalmente – inclusive com aqueles que se manifestaram contra a indicação,como Plínio Valério (PSDB-AM),que é de oposição a Lula e já avisou que tem que votar “conforme as pessoas que votaram em mim esperam que eu vote”.

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Segundo um aliado de Messias,o advogado-geral da União começou pelos parlamentares considerados menos resistentes à sua indicação. Agora,passou a procurar os apoios mais difíceis de conseguir votação secreta que definirá o seu destino .

Nessa maratona,não conseguiu ainda agendar uma conversa com o presidente do Senado,Davi Alcolumbre (União-AP) nem com Sergio Moro (União -PR), ex-juiz da Lava-Jato.

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Considerando as conversas por telefone,Messias falou com cerca de 70 parlamentares para tentar superar a resistência no Senado e do próprio Alcolumbre,que preferia Pacheco para assumir a vaga aberta na Corte com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.

Para conciliar a maratona no Senado com as atividades na AGU,o ministro de Lula tem feito amplas jornadas de trabalho,das 8h às 23h.

Nesses encontros,Messias geralmente entrega em mãos o seu currículo,toma cafezinho e compartilha com os senadores sua visão sobre o STF.

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Conforme informou o blog,o advogado-geral da União vem sinalizando que concorda com as críticas da Casa ao excesso de decisões monocráticas da Corte. Essa postura tem sido interpretada nos bastidores como um aceno ao Senado,a quem caberá decidir se aprova ou rejeita a sua indicação.

“Eu vou cuidar do meu rito da indicação,que é me apresentar aos senadores. Estou apresentando o meu currículo. Estou apresentando minhas credenciais,minha trajetória de vida”,disse Messias à equipe da coluna,após sair do gabinete do senador Jayme Campos (União-MT).

“Estou ouvindo as preocupações dos senadores. Essa parte política de processo de rito,a outra parte,cuida o Planalto.”

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Na tarde da última terça-feira,Campos foi flagrado pela reportagem saindo do gabinete ao lado de Messias aos risos,dizendo “Tamo junto”.

Aceno

Com o adiamento da sabatina e da votação,que estavam previstas para o próximo dia 10,o advogado-geral da União ganhou mais tempo para angariar apoio e conversar com os 81 senadores que vão decidir se confirmam ou se rejeitam a escolha de Lula.

O adiamento se deu porque até agora o Palácio do Planalto não enviou ao Congresso a “mensagem ao Senado” em que formaliza a escolha de Messias,uma etapa burocrática fundamental para destravar a tramitação da indicação e realizar a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.

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De acordo com o relator da indicação de Messias,o senador Weverton Rocha (PDT-MA),Lula deve entregar pessoalmente a mensagem ao Senado em um encontro com Alcolumbre,o que poderia funcionar como um gesto de pacificação. A agenda,no entanto,não ainda não foi marcada — e existe o risco de a sabatina ficar só para 2026.

Apoio evangélico

Para superar resistências internas no Senado,aliados de Messias acreditam que ele vá contar com um apoio importante,mas silencioso para conseguir a aprovação: o da bancada evangélica do Senado. Um estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap),aponta que a bancada evangélica saltou de 7 para 13 senadores entre as eleições de 2018 e 2022.

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Para um senador diretamente envolvido na articulação de Messias,com o apoio dos evangélicos,o advogado-geral da União teria,hoje,entre 44 e 45 votos para ser confirmado no Senado – uma margem apertadíssima de aprovação. Dessa forma,a peregrinação pela Casa seria essencial para garantir “uma gordura” de votos e uma margem de segurança antes do escrutínio no plenário.

Na base lulista,a leitura é a de que não só os evangélicos,mas o Centrão pode definir o resultado,principalmente o MDB com seus 11 senadores e o PSD,com 14,que juntos têm quase um terço do total de votos em jogo.

Fator Moro

Conforme informou o blog,a maratona de Messias deve incluir beija-mão até mesmo com um ex-algoz: o senador Sergio Moro (União-PR),ex-juiz federal da Lava-Jato que autorizou a divulgação de uma conversa entre Dilma Rousseff e Lula em que ele é citado como “Bessias”.

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Segundo a equipe da coluna apurou,aliados de Messias já procuraram o senador do Paraná para tentar agendar uma audiência entre os dois,mas não houve nenhuma confirmação por enquanto.

Em dos episódios mais controversos da Lava-Jato,Moro,então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR),divulgou o áudio de uma conversa entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff,de março de 2016. Era o auge da Lava-Jato,quando a petista ainda tentava salvar o seu governo da ameaça do processo de impeachment.

Na interceptação telefônica que os bolsonaristas pretendem explorar para constranger Messias na sabatina,Dilma diz a Lula que vai enviar a ele o “termo de posse” para que assuma como ministro da Casa Civil.

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“Seguinte: eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel,pra gente ter ele. E só usa em caso de necessidade,que é o termo de posse,tá?”,afirmou Dilma. Messias era subsecretário de assuntos jurídicos da Casa Civil no Palácio do Planalto.

Na época,a nomeação foi interpretada como uma tentativa desesperada de Dilma para ao mesmo tempo colocar Lula na articulação política do governo,buscando evitar o impeachment,e ainda garantir foro privilegiado ao então ex-presidente,evitando que ele fosse preso por Moro.

A nomeação de Lula acabou suspensa por decisão de Gilmar Mendes.

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