Greve easyJet. Sindicato aponta adesão de quase 100%, empresa fala em 58%
08-18 HaiPress
Em declarações à Lusa,o presidente da estrutura sindical,Ricardo Penarroias,referiu que houve uma adesão "a rondar os 98%",nos primeiros dois dias,ou seja,quinta-feira e sexta-feira.
"Hoje temos uma adesão a 100%",assegurou o dirigente sindical.
Por outro lado,em informação enviada à Lusa,fonte oficial da transportadora aérea referiu que a estimativa de adesão para os três dias rondava os 58%,apontando para os dois primeiros dias 55%,depois de rever alguns dados face ao que divulgou nos dias anteriores,e,para hoje,65%.
O sindicato promete continuar a realizar ações de luta na transportadora.
Ricardo Penarroias considera que "a empresa legitimou a greve" quando antes de a paralisação se iniciar cancelou mais de 200 voos.
"Desde o momento em que fizemos o pré-aviso,[a empresa] nunca se reuniu connosco de uma forma construtiva para chegar a um consenso",lamentou.
O sindicalista considera que,face à adesão nos últimos dias,"cabe à empresa perceber a realidade em Portugal",assegurando que não há hipótese de obter um acordo sem "ir ao encontro das reivindicações" do sindicato.
O SNPVAC convocou três dias de greve para todos os voos realizados pela easyJet,bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos,"cujas horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 do dia 15 de agosto e fim às 24:00 do dia 17 de agosto",segundo o pré-aviso entregue no dia 31 de julho.
Assim,um voo que tenha origem fora de Portugal,com destino,por exemplo,a Lisboa e regresso à base de origem não está abrangido pelo pré-aviso de greve.
A easyJet,por sua vez,disse que planeava operar 62% dos voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve de tripulantes de cabine,o que inclui os não abrangidos pelo pré-aviso de greve.
"Devido a esta ação de greve desnecessária,a easyJet teve de cancelar alguns voos do seu programa. No entanto,a companhia aérea planeia operar 62% do seu programa de voos em Portugal durante o período da greve",referiu,numa nota enviada à Lusa no dia 13 de agosto.
Questionada pela Lusa,a easyJet esclareceu que "os 62% referem-se à operação original de voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve","a companhia prevê operar 62% dos voos originalmente programados que tocam em Portugal".
"Entre 15,16 e 17 de agosto,estávamos a planear 1.138 voos de e para Portugal,mas tivemos de cancelar 232 voos devido à greve. Isto significa que,de e para Portugal,estamos a planear voar 906 voos",disse a transportadora.
A greve foi aprovada em assembleia-geral,com 99% de votos a favor,e o sindicato acusa a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais,entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.
A companhia adiantou que os clientes dos voos cancelados foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo.
A easyJet aconselhou ainda os clientes que viajam de e para Portugal no período da greve a verificar o estado dos seus voos.