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África Austral pode ser celeiro do continente. "Só usa 1% do potencial"

08-20 HaiPress

"Não há razão para África importar cerca de 120 mil milhões de dólares (108 mil milhões de euros) em produtos alimentares quando a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pode ser o celeiro de África",disse Claver Gatete no discurso na cerimónia de encerramento da cimeira da SADC,que decorreu em Harare,no Zimbabué.

 

Para o responsável da ONU em África,a região que engloba os lusófonos Angola e Moçambique pode liderar o continente na definição de soluções internas a nível de mobilização dos recursos e financiamento inovador para combater os impactos das alterações climática e garantir um desenvolvimento sustentável.

"Isto pode ser feito no contexto dos desafios financeiros e climáticos,incluindo a elevada dívida pública em África,que causa dificuldades financeiras agudas,com mais de um em cada três países a estarem ou já em sobre-endividamento ou em elevado risco de lá chegarem",disse Gatete,citado num comunicado de imprensa da UNECA enviado à Lusa.

O aproveitamento dos recursos naturais será essencial,defendeu,lembrando que a África Austral alberga aos maiores reservas de ouro,cobre,cobalto,lítio,crómio,grafite d platina,tendo significativas quantidades de gado e produtos agrícolas e que,se conseguir subir na cadeia de valor regional da energia,agricultura e minerais críticos,pode colher os benefícios de uma industrialização sustentável,garantir a segurança alimentar,aumentar os empregos e reduzir a pobreza e as desigualdades.

"A SADC pode ser um fornecedor continental de energia com o desenvolvimento desta cadeia de valor,uma vez que só está a usar 1% do seu potencial solar e eólico",salientando que a aceleração da industrialização "não é só uma questão de conveniência,é uma absoluta necessidade".

Os líderes do sul de África reuniram-se no sábado,durante a 44.ª cimeira anual da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC),em Harare,no Zimbabué,na qual o chefe de Estado de Angola,João Lourenço,passou a presidência desta entidade para o Presidente do Zimbabué,Emmerson Mnangagwa,que assumiu a presidência rotativa anual da SADC.

Anualmente,o encontro junta chefes de Estado e de Governo dos 16 Estados-membros (Angola,Botsuana,Comores,República Democrática do Congo,Essuatíni,Lesoto,Madagáscar,Maláui,Maurícias,Moçambique,Namíbia,Seicheles,África do Sul,Tanzânia,Zâmbia e Zimbabué) e líderes de organismos continentais e regionais na qualidade de observadores.

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