Onda de lama, pedras e areia: avalanche submarina gigante dizimou fundo do Atlântico há 60 mil anos, revela estudo
09-03 HaiPress
Caminho da avalanche — Foto: Universidade de Liverpool
RESUMO
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Avalanche submarina gigante no Atlântico: estudo revela crescimento explosivo
Uma avalanche submarina gigante devastou o leito do Atlântico há 60 mil anos,iniciando no cânion de Agadir,Marrocos. A onda de lama e pedras cresceu mais de 100 vezes ao percorrer 1.600 km. Estudo revela que avalanches submarinas podem ter um crescimento explosivo,diferente de avalanches terrestres. Os pesquisadores reconstruíram o trajeto da avalanche utilizando dados sísmicos e de sedimentos.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Um novo estudo publicado por cientistas revelou que uma avalanche submarina devastou uma grande parte do leito do Atlântico há cerca de 60 mil anos,deixando para trás uma enorme trilha de destruição. Segundo o grupo,a avalanche começou como um pequeno deslizamento no fundo do mar no cânion de Agadir,na costa do Marrocos,mas rapidamente se transformou em uma torrente de sedimentos e rochas.
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Uma onda de lama,pedras e areia,medindo 200 metros de altura,desceu pelo cânion a uma velocidade de 65 km/h,"arrancando o fundo do mar e destruindo tudo em seu caminho",afirmou Christopher Stevenson,coautor do estudo,sedimentologista e professor da Universidade de Liverpool,no Reino Unido,em um comunicado.
A avalanche percorreu o cânion de 400 quilômetros de extensão antes de sair pela outra extremidade e viajar mais 1.600 km ao longo do leito do Atlântico,acrescentou Stevenson. No total,a avalanche cresceu mais de 100 vezes ao longo de seu percurso,segundo o estudo.
A linha preta mostra o caminho da avalanche submarina dentro do Agadir Canyon — Foto: Universidade de Liverpool
Esse é um fator de crescimento enorme comparado às avalanches de neve e fluxos de detritos em terra,que crescem de quatro a oito vezes do início ao fim,afirmou Christoph Böttner,coautor do estudo e pesquisador Marie-Curie em geofísica e geologia na Universidade de Aarhus,na Dinamarca,no comunicado.
— Também vimos esse crescimento extremo em avalanches submarinas menores medidas em outros lugares,então pensamos que isso pode ser um comportamento específico associado às avalanches submarinas — disse Böttner,que também afirmou que a enorme inflação pode ser uma característica definidora das avalanches submarinas.
Os pesquisadores usaram dados de sedimentos para reconstruir o caminho da avalanche do cânion de Agadir. Eles analisaram mais de 300 amostras de núcleo coletadas durante cruzeiros de pesquisa ao longo dos últimos 40 anos,além de dados sísmicos e batimétricos (topografia do leito do mar) da área. Ao compilar essas informações,criaram um mapa da avalanche que mostra seu caminho sinuoso dentro e além do cânion.