Atração do palco favela, no Rock in Rio, Slipmami critica machismo no trap: ‘É muito panelinha de homem’
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A rapper Slipmami — Foto: Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 13/09/2024 - 06:00
"Slipmami desafia padrões e se destaca no Rock in Rio com álbum surpresa"
Slipmami,MC do trap,critica machismo no estilo e se destaca no Rock in Rio. Lança álbum surpresa,aborda prazer feminino e desafia padrões. Enfrenta desafios no meio,mas vê crescimento de seu público. Fama rápida traz desafios,mas artista segue fiel a sua essência e poder na música.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Dono de um show inteiro no Dia Brasil (21 de setembro) no Rock in Rio,o trap nacional simplesmente domina o festival em sua abertura,esta sexta-feira (13). Neste dia,que é encabeçado por dois ídolos internacionais do estilo (Travis Scott e 21 Savage),o palco Mundo ainda recebe o cearense Matuê (com os amigos Teto e WIU) e o Sunset traz MC Cabelinho & Coral das Favelas e os encontros de Orochi,Oruam e Chefin e de Veigh e KayBlack.
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No palco Favela,por sua vez,às 16h,estará Slipmami,uma das fortes representantes femininas do estilo,que lança esta sexta (13),de surpresa,o seu segundo álbum,“Até aqui,Slip nos ajudou” — mais um grito de afirmação,cheio de provocação e imagens explícitas,de uma das MCs que levam a ode ao prazer feminino para o trap.
— (As mulheres) ainda têm muita coisa para conseguir nesse meio do trap,que é muito panelinha de homem,muito fechadinho. Tem contratantes que escalam algumas mulheres como cota,nunca é uma coisa natural. Mas eu tenho esperança de que ainda vai dar bom,porque aqui no Brasil tem muita mina que consome trap — acredita Slipmami.
Sucesso com as faixas “Gostosa posturada” e “Oompa loompa” (esta,incluída em seu álbum de estreia,“Malvatrem”,de 2023,recentemente lançado em vinil),Yasmin Pinto da Silva,de 24 anos,diz ter adorado a coincidência de seu show no Rock in Rio ser em uma sexta-feira 13 — dia ideal,portanto,para lançar um disco de humor afiado e blasfemo,com faixas como “Sacrifícios de sangue”,“Essas piranhas amam a Mami”,“Dureza assaltar uma loja de armas” e “Botei a V.U na boca do povo” (menção ao bairro de Vila Urussaí,na cidade fluminense de Duque de Caxias,onde ela foi criada).
Capa do álbum 'Até aqui,Slip nos ajudou',da rapper Slipmami — Foto: Reprodução
Hoje circulando pelos palcos de festivais e casas de show do Brasil,e com mais de 850 mil seguidores do Instagram,Slipmami diz que a fama acabou vindo para ela “meio da noite para o dia”.
— Vi meu nome em muitos círculos de fofoca,o que foi pesado no início,mas depois começou a ficar mais suave,por causa do marketing positivo. Meu nome furou a bolha e cheguei a pessoas que eu não esperava atingir,pessoas para quem o meu tipo de música não era feito. Foi bom ver meu público se expandindo,no início ele assim era muito alternativo,ou da própria da favela — conta ela,que,por outro lado,viu muito seu nome na boca do povo por causa de um namoro com o MC Cabelinho. — É o preço da fama,basicamente. Foi estranho!
Slipmami diz cantar com gosto,em seu novo disco,versos como “a forma que eu fui construída,nunca foi para o seu prazer”:
— Tem muita coisa que eu escrevo que é exagero,mas esse tipo de coisa eu acho que bem natural. Realmente a forma que eu fui construída nunca foi para o seu prazer. Em meio que eu vivo para mim como se fosse um Rei,né? Não é nem tipo Rainha,é tipo um Rei mesmo. É esse o poder que eu quero trazer para a palavra!