Do combate à tuberculose à prevenção de desastres, parceria entre UFF e prefeitura gera inovações para Niterói
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Sensor equipado com painel solar detecta deslizamentos e incêndios em áreas vulneráveis da cidade — Foto: Divulgação
RESUMO
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Parceria UFF e Niterói: 180 Projetos de Impacto
Parceria entre UFF e prefeitura de Niterói resulta em 180 projetos aplicados,abordando desafios como a tuberculose e prevenção de desastres. Investimento de R$25 milhões em 36 meses. Destaque para o projeto Niterói Livre de Tuberculose e sistema de monitoramento de encostas. Parceria beneficia alunos com bolsas acadêmicas. Colaboração vista como essencial pelo prefeito Axel Grael para soluções na cidade.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Com o lançamento do edital do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA),o ano de 2020 representou o início de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF),a prefeitura de Niterói e a Fundação Euclides da Cunha (FEC) que vem rendendo frutos até hoje. De acordo com o reitor da UFF,Antonio Claudio da Nóbrega,são cerca de 180 projetos aplicados,que promoveram soluções para desafios concretos e prioritários da cidade.
— Construímos esse programa com uma lógica muito diferente do que se tem conhecimento. É uma experiência inédita no Brasil. Até onde se sabe são muito raras,para não dizer inexistentes,relações de municipalidades promovendo estímulo à produção científica no mundo — destaca o reitor.
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Em um prazo de 36 meses,foram investidos cerca de R$ 25 milhões pelo município nos projetos apresentados por grupos de pesquisadores e estudantes da UFF.
O projeto Niterói Livre de Tuberculose,que capacitou profissionais da saúde no enfrentamento à doença,é um dos destaques da parceria. De acordo com Claudete Aparecida Araújo Cardoso,professora da Faculdade de Medicina da UFF e coordenadora do programa,o Brasil está entre os 30 países com maior número de casos de tuberculose no mundo,e o Rio de Janeiro é o terceiro estado no país com mais diagnósticos. Para a professora,a iniciativa contribuiu para o controle da doença na cidade.
Projeto de capacitação com a professora Claudete Aparecida Araújo Cardoso treinou profissionais de saúde da cidade — Foto: Divulgação
— As capacitações ocorreram no Centro de Atendimento e Referência Mazinni Bueno,na UFF,de agosto de 2022 a dezembro de 2023. Houve 30 capacitações,sendo treinados 482 profissionais. Quando comparados os resultados pré e pós-teste,88% dos profissionais apresentaram melhora de aproveitamento na qualidade do atendimento aos pacientes com histórico de tuberculose após a realização da capacitação — explica a professora.
Outro programa que chama a atenção é o sistema de monitoramento de estabilidade de encostas e focos de incêndios,que detecta com agilidade deslizamentos e fumaça,encaminhando o alerta para a Defesa Civil. O programa ainda funciona de forma experimental e consiste de sensores de baixo custo compostos de CPU,bateria,acelerômetro e painel solar. Os sensores foram instalados em diversos locais da cidade,como o Morro do Boa Vista,no Centro,onde o sistema opera em fase de definições de protocolos desde o começo do ano.
O trabalho,desenvolvido com coordenação do professor de engenharia agrícola e meio ambiente da UFF Ivanovich Lache,foi feito em parceria com a Defesa Civil,que ainda analisa a aplicação da inovação.
— A parceria aproxima as duas instituições. E também permite que a universidade trabalhe com projetos aplicados,saindo um pouco da teoria. E essa parceria permite que tenhamos acesso a recursos e informação para atingir problemas que afetam nossa sociedade — afirma.
Um projeto também relacionado às chuvas já foi implementado e opera em Niterói. O sistema operacional de modelagem meteorológica e climática para prevenção de desastres naturais auxilia a Defesa Civil no prognóstico de eventos extremos.
— Temos um dos modelos mais modernos,totalmente configurado para a cidade de Niterói — afirma o coordenador da iniciativa,Márcio Cataldi,também professor de engenharia agrícola.
De acordo com Lache e Cataldi,a parceria entre a prefeitura e a universidade não se encerra apenas na entrega dos projetos,que contribuem para a vida do niteroiense,mas na experiência adquirida por alunos que participam das iniciativas,além do apoio que eles recebem por meio de bolsas acadêmicas,fundamentais em períodos de cortes de recursos e na pandemia da Covid-19.
— A bolsa do projeto ajudou os alunos que não teriam condições de continuar os estudos — explica Lache.
De acordo com o prefeito Axel Grael,a parceria com a UFF permitiu o desenvolvimento de soluções para os problemas da cidade.
— Niterói não pode abrir mão de uma universidade com a importância da UFF,que possui uma enorme capacidade de pesquisa e inovação. Agora,estamos colhendo os frutos dessa parceria,com resultados significativos em áreas como cultura,assistência social,resiliência,mudanças climáticas e meio ambiente. O que projetamos nesse acordo está se concretizando hoje — destacou o prefeito.