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Caixa vai abrir processo contra ex-CEO acusado de abuso de poder

12-23 IDOPRESS

Prédio da Caixa Econômica Federal — Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal vai abrir um processo administrativo disciplinar (PAD) contra o ex-CEO da Caixa Asset,Pablo Sarmento,alvo de uma série de denúncias de abuso de poder,“comportamento não condizente com o ambiente de trabalho” e “desleixo,preguiça,falta de atenção,falta de zelo,negligência e descaso”,que estavam sendo apuradas pela corregedoria interna do banco.

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Segundo o blog apurou,o processo só será aberto oficialmente em janeiro por conta dos trâmites burocráticos,que envolvem a publicação de uma portaria. Mas a investigação preliminar da Corregedoria da Caixa foi encerrada com esse encaminhamento.

Na prática,a decisão de abrir um PAD significa que a Corregedoria identificou elementos mínimos de descumprimentos de normas internas de boa governança na Caixa Asset,divisão do banco estatal criada em 2021 durante a gestão de Pedro Guimarães e sob o governo Jair Bolsonaro.

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O processo disciplinar pode resultar em sanções como advertência e até mesmo rescisão do contrato de trabalho de Sarmento,segundo fontes ouvidas pelo blog. O ex-CEO foi destituído do cargo em 1º de novembro.

Procurado pela equipe da coluna,Sarmento não se manifestou.

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Na última quarta-feira,a Caixa informou que o novo CEO da Caixa Asset será o atual diretor-presidente da Caixa Cartões,Humberto José Magalhães.

Conforme revelou o blog,foram feitas 30 denúncias sobre a Caixa Asset no período em que o braço de gestão de ativos do banco estatal articulava a compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master.

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As acusações foram apresentadas no canal interno da Caixa,geralmente de forma anônima,para preservar os denunciantes.

Parecer sigiloso

Em julho deste ano,gerentes da área de renda fixa da Caixa Asset que desaconselharam a compra do lote de títulos do Master,em um parecer sigiloso de 19 páginas revelado pelo blog,foram destituídos do cargo,em um movimento que foi interpretado nos bastidores como retaliação e tentativa de eliminar as resistências internas ao negócio,que acabou não sendo concluído.

Os gerentes consideraram a operação “atípica” e “arriscada” não só em razão do volume,considerado alto demais,mas também por causa do rating do banco,considerado de médio risco.

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O parecer também destaca que o modelo de negócios do Master engloba uma “operação complexa de investimentos em companhias” com empresas em recuperação judicial ou com alto grau de endividamento.

Além disso,os técnicos mencionaram ricos reputacionais relacionados a processos contra executivos do banco na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por manipulação de preços,irregularidades em distribuição de produtos de investimento no mercado,além de envolvimento em “diversos crimes financeiros”.

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Quando o parecer veio à tona,o presidente do Banco Master,Daniel Vorcaro,chamou de “bom negócio” a operação de R$ 500 milhões em títulos negociados com a divisão da Caixa Econômica de gestão de ativos,vetada pelo parecer técnico da estatal.

“Ficamos surpresos com essa questão do relatório. Até onde a gente entende,e pelas conversas que temos com a Caixa e a Caixa Asset,eles têm uma opinião diferente do que está no parecer. A opinião do relatório não é a opinião efetiva da Caixa sobre o banco Master”,afirmou Vorcaro à época.

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Procurada pelo blog,a Caixa informou que “repudia qualquer forma de assédio por parte de seus dirigentes e empregados” e frisou que conta com uma Corregedoria "independente e dedicada à apuração criteriosa de denúncias”.

“A empresa disponibiliza canal de denúncias,com total garantia de sigilo e segurança da informação e proteção do anonimato dos denunciantes”,afirmou o banco.

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