Juscelino pede demissão do Ministério das Comunicações
04-09 HaiPress
Ministro conversa ao telefone no dia de sua demissão — Foto: Brenno Carvalho / O Globo
RESUMO
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Ministro das Comunicações do Governo Lula Pede Demissão em Meio a Acusações de Corrupção
O Ministro das Comunicações,Juscelino Filho,pediu demissão após suspeitas de corrupção,tornando-se o décimo ministro a sair do governo Lula. Juscelino afirma que a decisão visa proteger o projeto de governo e dedicar-se à sua defesa,confiante na justiça. Acusado de envolvimento em desvio de recursos no Maranhão,ele retoma seu mandato de deputado federal.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O ministro das Comunicações,pediu demissão nesta terça-feira. O auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o décimo ministro a deixar o cargo no atual mandato do petista,mas o primeiro após um caso de suspeita de corrupção. Mais cedo,ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas parlamentares.
Leia a carta na íntegra: Juscelino Filho entrega pedido de demissão do Ministério das ComunicaçõesSucessor: Bancada do União Brasil indicará nome de Pedro Lucas Fernandes para Comunicações,diz ElmarUma a cada três meses: Saída de Juscelino Filho faz governo Lula chegar à décima troca ministerial
"Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso,muito pelo contrário. Saio por acreditar que,neste momento,o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando",escreveu Juscelino na carta de demissão.
Segundo Juscelino,a decisão pela saída seria "um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro". A informação de que ele deixaria o governo foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim,do GLOBO.
"Preciso me dedicar à minha defesa,com serenidade e firmeza,porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas,e confio plenamente nas instituições do nosso país,especialmente no Supremo Tribunal Federal,para que isso fique claro. A justiça virá! Retomarei meu mandato de deputado federal pelo Maranhão,de onde seguirei lutando pelo Brasil. Com o mesmo compromisso,a mesma energia e ainda mais fé",completou o agora ex-ministro.
A demissão de Juscelino chegou a ser discutida em junho do ano passado,quando a Polícia Federal apresentou seu indiciamento. Na ocasião,pressionado pelo União Brasil,partido do político,Lula decidiu mantê-lo,mas traçou uma eventual denúncia como linha de corte para que a saída ocorresse.
— O que eu disse para ele: só você sabe a verdade. Se o procurador indiciar [denunciar] você,você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento [denúncia],ele fica como ministro. Se houver indiciamento [denúncia],ele será afastado — afirmou o presidente duas semanas após a Polícia Federal apresentar o relatório apontando os crimes de organização criminosa,lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O inquérito da PF apontou o envolvimento de Juscelino no desvio de recursos de emendas parlamentares para pavimentação de ruas de Vitorino Freire,no interior do Maranhão. A cidade era comandada por sua irmã,Luanna Rezende,até o ano passado.
A defesa de Juscelino nega irregularidades e afirma que o papel do então deputado foi o de indicar as emendas parlamentares,sem ingerência sobre a contratação e a execução da obra.
Juscelino Filho tem 40 anos,é médico e empresário em São Luís (MA) e se licenciou da Câmara,onde cumpria seu segundo mandato como deputado federal,para assumir o Ministério das Comunicações em janeiro de 2023. Sua indicação ao governo Lula foi costurada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP),hoje presidente da Casa.
Mais cedo,Juscelino afirmou à ministra da Secretaria de Relações Institucionais,Gleisi Hoffmann,que deixaria o cargo para não criar constrangimento ao governo. O ministro também afirmou que vai se concentrar em sua defesa.
Em reunião,Juscelino também pontuou que pediria afastamento para não comprometer o trabalho à frente do ministério. Segundo interlocutores,a decisão do ministro foi espontânea.
A posição de Juscelino foi comunicada a Gleisi em almoço na casa do presidente do União Brasil,Antônio Rueda. Também estavam presentes Alcolumbre e o líder do União Brasil na Câmara,Pedro Lucas.