Tarifas deixam Corona mais cara nos EUA e alimentam pessimismo da cervejaria mexicana
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Corona: — Foto: Reprodução
RESUMO
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Constellation Brands enfrenta desafios com tarifas nos EUA e repensa portfólio
A Constellation Brands,produtora da cerveja mexicana Corona,enfrenta desafios com tarifas nos EUA e queda no consumo. Apesar de um lucro trimestral acima do esperado,a previsão anual é pessimista devido às tarifas de 25% sobre cervejas importadas. A empresa está reestruturando seu portfólio para focar em produtos premium e vendeu marcas de vinho mais baratas. A pausa de 90 dias nas tarifas,anunciada por Trump,trouxe alívio momentâneo.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A Constellation Brands,fabricante da cerveja mexicana Corona,apresentou uma previsão pessimista para o ano,após anúncio das novas tarifas nos Estados Unidos e uma demanda abaixo do esperado pela empresa de bebidas alcoólicas.
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Sendo uma das maiores do setor nos EUA,a empresa espera um lucro por ação entre US$ 12,33 (cerca de R$ 71,82) e US$ 12,63 (R$ 73,57) no ano fiscal de 2026,refletindo o impacto esperado das tarifas impostas pelo governo Trump na semana passada. No entanto,o mercado estimava um lucro entre US$ 13,39 (R$ 78)e US$ 15,29 (R$ 89) para o período.
A fabricante já enfrentava uma demanda abaixo das expectativas,mas agora precisa enfrentar uma tarifa de 25% sobre produtos como cerveja enlatada importada,que pode se estender a outros formatos,como garrafas. Acontece que,a Constellation importa cervejas mexicanas populares e já havia informado que possui instalações limitadas para produção dos seus produtos.
Mas na tarde desta quarta-feira,as ações da empresa subiram após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas novas tarifas. A ordem vale para países que não retaliaram as novas medidas comerciais dos EUA. A medida foi recebida como um alívio para ações de empresas multinacionais.
Além disso,a Constellation Brands divulgou um lucro de US$ 2,63 (R$ 15,32) por ação no trimestre,valor acima do esperado por analistas,que especularam US$ 2,29 (R$ 13,34). A receita foi de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,8 bilhões),ligeiramente acima da expectativa inicial de US$ 2,1 bilhões (R$ 12,2 bilhões).
No segmento de cervejas,que inclui marcas como Corona Extra,Modelo Especial e Pacifico,as vendas líquidas ficaram estáveis,com uma procura menor sendo compensada por preços mais elevados. Mas entre os vinhos e destilados,com marcas como Kim Crawford e a tequila Casa Noble,houve um aumento de 11% nas vendas. Parte deste resultado foi impulsionado pelas vendas de garrafas premium e um aumento de demanda nos EUA e Canadá.
Constellation vende suas marcas de vinhos
A empresa também anunciou nesta quarta-feira a venda de algumas de suas marcas de vinhos mais baratos. Entre elas estão a Woodbridge e a Robert Mondavi Private Selection. Embora os termos da transação não tenham sido divulgados,o comprador é o The Wine Group,um dos maiores produtores de vinhos dos Estados Unidos.
A medida faz parte de uma estratégia para focar em vinhos de maior valor e margem de lucro,e será acompanhada por uma revisão de sua estrutura organizacional,que deve gerar mais de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) em economia anual pelos próximos três anos,diz a Constellation.
No último trimestre,além de não atingir as expectativas de vendas,a fabricante também apresentou queda na projeção de crescimento pela segunda vez no ano,devido à baixa demanda. Esse cenário pode levar a empresa a absorver o custo das tarifas em vez de repassá-lo aos consumidores,apontam analistas.
Segundo especialistas,uma das razões das empresas de bebidas alcoólicas estarem enfrentando problemas,está no fato das gerações mais jovens estarem optando cada vez menos por bebidas alcoólicas.