'Trancados' na Capela Sistina, 133 cardeais de 71 países escolhem o novo Papa; veja regras do conclave
05-07 IDOPRESS
Cardeais participam da missa do Sexto Novendial na Basílica de São Pedro,após o funeral do Papa e antes do conclave,no Vaticano. — Foto: Filippo Monteforte /AFP
O Vaticano se prepara para um dos processos mais tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana: o conclave,rito de escolha de um novo sacerdote para a posição. Com início nesta quarta-feira,a reunião secreta dos "príncipes da Igreja" na Capela Sistina tem a missão de eleger o sucessor do Papa Francisco. Do total de 252 cardeais vivos,apenas 133 são votantes e elegíveis — aqueles que têm mais de 80 anos não são aptos a votar e dois deles não participarão do conclave por motivos de saúde. Com representantes de 71 países,este conclave será o mais internacional da História.
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O que é o conclave?
O conclave é a reunião de cardeais eleitores da Igreja Católica para escolher um novo Papa. Ele deve iniciar-se de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Papa,a fim de esperar a chegada de todos os cardeais eleitores. Esses cardeais votam e podem ser votados,mas não podem votar em si mesmos. Após a morte do Papa Francisco,por exemplo,o Vaticano seguiu o protocolo e marcou o início do conclave para esta quarta-feira,16 dias após a despedida de Jorge Mario Bergoglio.
Têm direito a voto os cardeais com menos de 80 anos até a data da morte do Papa Francisco,que foi dia 21 de abril. Para ser eleito,são necessários 2/3 dos votos dos cardeais com direito a voto.
A manhã do primeiro dia do conclave é marcada por uma grande solenidade na Basílica de São Pedro,no Vaticano. Lá,acontece a missa “Pro Eligendo Papa”,que marca o início do processo eleitoral. Os cardeais depois voltam para a Casa Santa Marta. Depois,podem ir ou não para a Capela Sistina,onde a primeira rodada de votação poderá acontecer ainda neste primeiro dia.
Procissão,recepção do corpo e liturgia: as imagens do início do adeus ao Papa Francisco
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Carregadores,ao lado de Guardas Suíços,carregam o caixão do Papa Francisco — Foto: AFP
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Procissão com caixão do Papa Francisco passa por corredor de fiéis na Praça São Pedro — Foto: Vatican Media/Reprodução
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Carregadores,ao lado de guardas suíços,carregam o caixão do Papa Francisco durante o transporte da capela de Santa Marta para a Basílica de São Pedro — Foto: AFP
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Guarda Suíça monta guarda em frente à Basílica de São Pedro,no Vaticano,antes da chegada do corpo de Francisco — Foto: Alberto Pizzoli/ AFP
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Carregadores,carregam o caixão do Papa Francisco — Foto: AFP
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Detalhe das mãos do Papa Francisco em seu caixão aberto — Foto: Vatican Bews/ AFP
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Caixão passa pelo Arco dos Sinos e entra na Praça São Pedro — Foto: Vatican Media/Reprodução
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Camerlengo em frente ao caixão do Papa Francisco na Basílica de São Pedro — Foto: Andrew Medichini/POOL/AFP
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Caixão do Papa Francisco posicionado em frente ao Altar da Confissão da Basílica de São Pedro — Foto: Tiziana Fabi/AFP
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Corpo do Papa Francisco é posicionado do altar da Basílica de São Pedro — Foto: Vatican Media/Reprodução
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Publicidade Corpo do Papa Francisco foi levado para a Basílica de São Pedro,que ficará aberta aos fiéis
Papa Francisco nomeou 80% dos 135 cardeais
Nos últimos 12 anos,o Sumo Pontífice argentino nomeou 80% dos 135 cardeais aptos a votarem no conclave — incluindo os dois que não vão participar por motivos de saúde. Esse movimento,embora não garanta,aumenta a possibilidade de que a próxima liderança papal irá compartilhar da visão de uma Igreja mais progressista e inclusiva. No entanto,há um consenso de que ele não será um revolucionário como Jorge Bergoglio,que propôs um pontificado de reformas,voltado para os pobres e as periferias do mundo,e que enfrentou resistência dentro da Igreja.
“Um pastor próximo da vida real das pessoas”,informou a ata da reunião dos cardeais da última segunda-feira sobre o próximo Pontífice. “Ele deve estar presente,próximo,capaz de ser uma ponte e um guia”.
Comprometido com uma Igreja descentralizada e de base,Jorge Bergoglio procurou promover o clero dos países em desenvolvimento para os postos mais altos da instituição. Desde sua eleição em 2013,o Pontífice realizou dez consistórios ordinários,nos quais deu atenção a dioceses remotas no que chamava de "periferias",mesmo em lugares onde os católicos são minoria,rompendo com o costume de destacar sistematicamente arcebispos de grandes dioceses,como Milão ou Paris.
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Em dezembro,foram elevados 21 prelados dos cinco continentes à categoria de cardeais,incluindo o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),Dom Jaime Spengler.
Também da América Latina,foram nomeados o peruano Carlos Gustavo Castillo Mattasoglio,arcebispo de Lima desde 2019; o franciscano equatoriano Luis Gerardo Cabrera Herrera,arcebispo de Guayaquil; o chileno Fernando Natalio Chomalí Garib,arcebispo de Santiago; e o argentino Vicente Bokalic Iglic,arcebispo de Santiago del Estero,cidade no interior do país,que fica a mais de mil quilômetros da capital Buenos Aires.
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