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Produtores de leite querem estabilidade para garantir equilíbrio do setor

08-28 HaiPress

O apelo foi hoje feito em comunicado,após a associação ter tido conhecimento de que "pelo menos 14 produtores de leite,entre os que fornecem atualmente a marca 'Pingo Doce',através da empresa 'Terra Alegre',foram surpreendidos com a informação que serão dispensados e terão de procurar novo comprador de leite a partir de janeiro de 2025".

 

Segundo a Aprolep,"a situação não resulta de qualquer falha por parte dos produtores,mas foi comunicado que o comprador pretende reduzir a quantidade de leite que adquire".

"Esta atitude é surpreendente porque passaram apenas dois anos desde que estes produtores foram convidados a fornecer esta cadeia alimentar com a expectativa de um contrato de longa duração e perspetivas de crescimento",sustenta a associação,salientando que "estes produtores arriscaram mudar de comprador para poderem aumentar a produção e ganharem uma dimensão sustentável para encarar os desafios do futuro".

"Fizeram investimentos e têm créditos para amortizar",acrescenta.

Em declarações à agência Lusa,o secretário-geral da Aprolep,Carlos Neves,precisou que,no conjunto,os produtores a dispensar tinham contratado um fornecimento de 20 milhões de litros/ano à Terra Alegre,variando o preço por litro "conforme o mercado".

Contactada pela Lusa,fonte oficial da Terra Alegre Laticínios referiu que a empresa,"como é prática no setor do leite,revê os contratos anualmente em função da sua gestão de 'stocks' existentes e das condições de produção e de mercado em geral".

"Quando do exercício de planeamento resulta que as necessidades de matéria-prima são menores,como se verifica atualmente,a Terra Alegre procura minimizar o impacto sobre os produtores,trabalhando de forma atempada (aviso prévio) e próxima com cada produtor para encontrar soluções para cada caso concreto",sustenta.

Garantindo que vem fazendo este trabalho "desde há meses,numa busca conjunta de alternativas de escoamento",a Terra Alegre assegura que a sua conduta se "pauta por uma relação responsável e respeitadora com os produtores com que trabalha,num espírito de verdadeira parceria".

Para a Aprolep,esta é,contudo,uma "situação preocupante" que "será grave para todo o setor se não surgirem indústrias ou cooperativas com capacidade para comprar e valorizar esse leite de forma estável e com um preço sustentável,capaz de cobrir os custos de produção".

"É difícil perceber a dificuldade em escoar e valorizar o leite português,quando Portugal continua a ser deficitário no setor dos laticínios,sobretudo devido à importação de milhões de euros em queijos e iogurtes",argumenta.

Neste contexto,a associação "lança um alerta e um apelo aos responsáveis políticos,ao setor da distribuição,à indústria de laticínios e ao setor cooperativo",para que analisem esta situação "com cuidado e responsabilidade,procurando as melhores soluções" para o destino do leite,dos produtores,dos seus funcionários e das suas famílias.

O objetivo,enfatiza,é "não criar um desequilíbrio no mercado que desvalorize o leite português e coloque em causa todo o setor".

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