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Caso Marielle: após criticar campanha de Ramagem por associar Paes ao crime, Eduardo Cunha irá depor em defesa de Brazão

09-19 HaiPress

Da esquerda para a direita: Eduardo Cunha,Domingos Brazão e Eduardo Paes — Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo,reprodução,Yasuyoshi Chiba/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 19/09/2024 - 04:30

Eduardo Cunha defende Brazão no Caso Marielle,criticando Ramagem,enquanto depoimentos revelam detalhes no STF

Eduardo Cunha irá depor em defesa de Brazão no caso Marielle,demonstrando apoio e lealdade. Enquanto isso,Paes não compareceu ao depoimento. Cunha critica Ramagem por associá-lo ao crime,mostrando apoio aos Brazão. Depoimentos revelam detalhes sobre o assassinato de Marielle. Testemunhas enfrentam dificuldades em depor. O Caso Marielle segue com depoimentos no STF.

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Arrolado como testemunha de defesa do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ),Domingos Brazão,o presidente municipal do Republicanos e ex-deputado federal Eduardo Cunha confirmou que irá depor na audiência sobre o caso da vereadora Marielle Franco (PSOL),que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados de Brazão,apontado pela Polícia Federal como mandante do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes,apresentaram ao relator do processo,ministro Alexandre de Moraes,uma lista com 30 pessoas para serem ouvidas. No entanto,em vez de comparecer nesta quinta-feira (19/09),conforme informado pela defesa,Cunha prestará depoimento na sexta-feira (20/09).

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— Vou depor,sim. Não amanhã (quinta-feira),mas na sexta-feira. Estarei à disposição para responder a todas as perguntas que quiserem fazer — garantiu o ex-deputado federal.

Ao confirmar sua presença,Eduardo Cunha demonstra sua lealdade a Domingos Brazão,com quem já fez diversas parcerias políticas no passado,as chamadas "dobradinhas",em que Cunha concorria a cargos eletivos no âmbito federal,enquanto Brazão buscava posições no nível estadual. Após assumir o cargo de conselheiro do TCE-RJ,Domingos passou a articular politicamente em favor de seus irmãos. Atualmente,seu filho Kaio Brazão concorre pela primeira vez como candidato a vereador pelo partido de Cunha,o Republicanos,mostrando que os laços entre as famílias continuam fortes.

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Embora as testemunhas devam ser apresentadas pelas defesas nas audiências,independentemente de intimação do STF,os advogados dos irmãos Brazão têm enfrentado dificuldades em conseguir os depoimentos,o que tem esvaziado as sessões desta fase da defesa. Além de ser um aliado,Cunha,ex-presidente da Câmara dos Deputados,usa sua influência para tentar convencer colegas de partido sobre a inocência de Domingos e Chiquinho Brazão.

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Ambos estão presos desde 24 de março,por ordem do ministro Alexandre de Moraes,a pedido da Polícia Federal. Após um ano de investigações para identificar os mandantes do duplo homicídio,os agentes federais convenceram Élcio de Queiroz,motorista da emboscada,e Ronnie Lessa,o atirador,a confessarem o crime e fazerem um acordo de colaboração premiada. A delação foi acompanhada por membros do Ministério Público do Rio e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Outro sinal do apoio de Cunha ao clã Brazão ocorreu no início desta semana,quando,em uma nota assinada por ele,o diretório municipal do Republicanos manifestou "repúdio à atitude dos responsáveis pela programação de TV e rádio da campanha de Ramagem",por utilizarem "de forma covarde a situação envolvendo a família Brazão". O motivo da crítica de Cunha foi uma peça publicitária da campanha de Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio,que associava o atual prefeito Eduardo Paes (PSD),candidato à reeleição,ao assassinato de Marielle. A propaganda destacava que Chiquinho Brazão,sem partido,havia sido nomeado por Paes como secretário especial de Ação Comunitária (Seac) em outubro do ano anterior. A indignação de Cunha veio do fato de que,além dos irmãos Brazão serem seus aliados,coube ao Republicanos a indicação de Chiquinho para o cargo.

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Ao contrário de Cunha,Paes,que também foi arrolado como testemunha por Chiquinho,não compareceu à audiência no STF na semana passada,onde estavam previstos os depoimentos de testemunhas favoráveis ao parlamentar. Além de Paes estar em plena campanha pela reeleição,o prefeito admitiu,em 30 de março,apenas uma semana após a prisão dos irmãos Brazão,que a escolha de Chiquinho foi um "erro",afirmando que "alianças têm que ter um limite". Procurada,a assessoria de imprensa de Paes não retornou para explicar o motivo de não ter ido prestar o depoimento ao STF.

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão,e o delegado Rivaldo Barbosa participam da audiência no STF — Foto: Reprodução

Na nota,Cunha acusa ainda o prefeito do Rio de usar "instrumentos baixos e sujos nos seus ataques",mas ressaltou que isso "não dá o direito" à equipe de Ramagem de usar "os mesmos expedientes sujos". Em entrevista ao GLOBO nesta quarta-feira,Cunha culpou os "marqueteiros do Ramagem",afirmando que eles estavam "fazendo uma campanha horrorosa" e "toda errada". Ele ainda os chamou de incompetentes e sugeriu suas demissões. Até o fim da noite desta quarta-feira,a equipe de campanha de Ramagem não havia respondido.

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Além dos irmãos Brazão,o ex-chefe da Polícia Civil,o delegado Rivaldo Barbosa,é réu na ação penal,apontado como mentor intelectual do duplo homicídio. Também constam na denúncia o ex-chefe da milícia de Rio das Pedras,o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira,réu por homicídio,ele é apontado pelo delator Ronnie Lessa,como responsável por monitorar Marielle; e o soldado da PM Robson Calixto da Fonseca,o Peixe,ex-assessor de Domingos no TCE e na Alerj. Calixto é apontado pela Polícia Federal como a pessoa que intermediou o encontro dos irmãos Brazão com Lessa e responde por organização criminosa.

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Os depoimentos do Caso Marielle prosseguem no STF,nesta quinta-feira,com as testemunhas de defesa do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão.

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