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Sindicatos da RTP querem futuro decidido pela AR e não pelo Governo

10-15 HaiPress

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o PCP no âmbito das jornadas parlamentares do partido na Assembleia da República,a secretária-geral do Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV),Clarisse Santos,criticou o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo na semana passada.

 

A sindicalista manifestou preocupação com "a retirada gradual da publicidade" prevista para a RTP,assim como pelo plano de rescisões anunciado pelo Governo,salientando que o ministro dos Assuntos Parlamentares,Pedro Duarte,o chamou de "revolução tranquila,mas depois,no papel,diz que é uma reestruturação".

Clarisse Santos salientou que,inicialmente,o Conselho de Administração da RTP tinha transmitido aos sindicatos que haveria "80 rescisões previsíveis,por mútuo acordo",sendo que agora o Governo está a falar na saída de 250 pessoas.

"Portanto,a nossa preocupação é percebermos como é que o Governo está a construir a casa. No nosso entender,está a iniciá-la pelo telhado",disse.

Questionada sobre o que é que espera que o parlamento possa fazer para evitar que este plano seja implementado,a secretária-geral do SMAV respondeu: "Isto tem de ser uma discussão parlamentar".

"Não há forma,nem outro modo que nós vejamos de fazer as coisas. O senhor primeiro-ministro,tão transparente,tão leal,tem de perceber que estas questões estruturais das empresas têm que ter uma discussão parlamentar",disse,considerando que o executivo ter elaborado este plano sozinho é "a direita no seu esplendor".

Interrogado se espera que seja a esquerda a impedir os planos que o Governo tem para a RTP,a sindicalista respondeu que espera que seja "não só a esquerda,mas também a outra direita" e,sobre a reunião com o PCP,disse que a RTP e o serviço público de rádio e televisão sabe que tem no partido "um aliado intemporal".

Por sua vez,o deputado do PCP António Filipe salientou que o seu partido está empenhado em defender o serviço público de rádio e de televisão e discorda da redução de publicidade decidida pelo Governo,"pelo que isso significará de redução da receita necessário para o funcionamento de um serviço público digno,quer pela desvalorização que representa para a própria empresa".

"Manifestámos [aos sindicatos] o nosso empenhamento na Assembleia da República em travar essas medidas lesivas do serviço público de rádio e de televisão",frisou António Filipe,comprometendo-se a "avaliar a forma como o Governo tenciona pôr em prática essas medidas para,em função disso,poder atuar de forma a travá-las".

"Iremos continuar a bater-nos pela dignificação e valorização do serviço público de rádio e televisão através da RTP",garantiu.

Questionado se,num eventual debate na especialidade do Orçamento do Estado,o PCP tencionaria apresentar medidas para reverter a redução de publicidade na RTP,António Filipe disse que espera para ver "como é que o Governo tenciona levar essa medida por diante".

"Naturalmente que,quer nas audições que já estão previstas no âmbito da comissão parlamentar de Comunicação e Cultura - e que terão lugar muito em breve - depois,evidentemente também na discussão na especialidade do Orçamento,em função da forma como o Governo pretender avançar,será também equacionada a forma como procuraremos travar essa medida aqui no plano legislativo e no plano da Assembleia da República",referiu.

Na semana passada,o Governo anunciou um Plano de Ação para a Comunicação Social que,entre várias medidas,propõe a eliminação gradual da publicidade comercial na RTP até 2027 e saídas voluntárias de até 250 trabalhadores,com a contratação de um jornalista por cada dois que se retirarem.

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