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Os desmandos do traficante Peixão: de destruição de terreiros a pichação de sigla de facção em muro de igreja

10-25 HaiPress

Traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa,o Peixão,pôs a estrela de Davi no ponto mais alto da Cidade Alta,na Zona Norte,dominada por ele — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 25/10/2024 - 04:01

Líder do Terceiro Comando Puro aterroriza Complexo de Israel com violência e intolerância religiosa.

O traficante Peixão,líder do Terceiro Comando Puro,aterroriza o Complexo de Israel com violência e intolerância religiosa,controlando territórios e impondo regras. Sua influência é marcada por pichações,símbolos religiosos e imóveis de luxo. A polícia enfrenta dificuldades para capturá-lo,devido ao seu poder bélico e táticas evasivas.

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O trecho da Avenida Brasil que se transformou ontem em praça de guerra fica na região sob o domínio do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa,um dos chefes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Apesar de ter 35 anotações em sua Ficha de Antecedentes Criminais e sete mandados de prisão em aberto,o bandido jamais foi capturado pela polícia. Com perfil extremamente violento,ele deu o nome de Complexo de Israel às cinco primeiras comunidades que conquistou: Vigário Geral,Parada de Lucas,Cidade Alta,Pica-Pau e Cinco Bocas — um território vigiado por cerca de 200 fuzis.

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Peixão já expandiu seu poder por duas novas comunidades na Zona Norte e outras na Baixada. Ele se impõe pelo medo,estabelecendo regras e proibições. Além de ordenar homicídios e cobrar taxas de comerciantes,Peixão,que diz ser evangélico,é acusado de intolerância religiosa,chegando a proibir o uso de branco pelos moradores e destruir terreiros. Em julho,circulou pelas redes sociais que o bandido havia determinado a proibição de festejos juninos em três igrejas católicas localizadas no entorno do Complexo de Israel.

Na ocasião,a arquidiocese negou as ameaças do tráfico e disse que os festejos ocorreram normalmente. Apesar disto,na época,foi possível notar uma pichação com a sigla do Terceiro Comando Puro (TCP) a em um dos muros laterais da Igreja de Santa Edwiges,em Brás de Pina. Peixão faz parte da cúpula da facção criminosa citada. Já o local onde o muro foi pichado fica próximo a um acesso à Favela Cinco Bocas,uma das áreas controladas pelo bandido.

Álvaro Malaquias Santa Rosa,é chefe do tráfico no Complexo de Israel — Foto: Reprodução

Para marcar seu território,o criminoso costuma usar a bandeira de Israel e frases da Bíblia pintadas nos muros. Na Cidade Alta,o topo de uma caixa d'água ostenta a Estrela de Davi em néon. Há duas semanas,uma operação da Polícia Civil localizou em Parada de Lucas dois imóveis de alto padrão que seriam do traficante. Uma das casas tinha área de lazer ampla com piscina,academia de ginástica com equipamentos modernos de musculação e até um lago privado para a criação de carpas.

Há três anos,outro imóvel do bandido já tinha sido localizado pela polícia. O que chamou a atenção na época não foi a piscina,mas uma pintura reproduzindo parte da cidade de Jerusalém e um esconderijo subterrâneo,onde foram encontrados munição e uma edição de luxo da Torá,o livro sagrado de escrituras religiosas judaicas.

Os domínios de Peixão — Foto: Editoria de Arte

O perfil violento do bandido é conhecido por suas atitudes. Ele costuma punir com a morte seus inimigos ou quem ousa contrariá-lo. Por conta disto,inclusive,teve a sétima prisão preventiva em seu nome pelo Tribunal de Justiça do Rio,no dia 8 de outubro de 2024. Ele foi acusado de mandar matar um traficante de sua própria quadrilha,em Vigário Geral,em 2022. O assassinato aconteceu porque a vítima teria furtado um celular de um morador da comunidade. O corpo do homem,no entanto,nunca foi localizado.

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Capturar Peixão em seus domínios não tem sido tarefa fácil para polícia. Além de forte poder bélico,que faz uso até de drone para vigiar a polícia e lançar granadas em inimigos,a quadrilha espalhou barricadas por todas as favelas. Em junho de 2023,uma trincheira chegou a ser montada com um fosso,dificultando e até impedindo que os carros transitassem numa rua,em frente à Estação Ferroviária de Cordovil,área que fica próximo ao Complexo de Israel. Na época,ao tomar conhecimento fato,anunciou que faria a remoção da barricada improvisada.

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