Angola vai olhar para o mercado japonês em busca de financiamento
11-01 HaiPress
"(Vamos) ver que oportunidades há na praça japonesa e outras que se afigurem interessantes do ponto de vista do rácio custo- benefício",disse Vera Daves de Sousa,que falava hoje em conferência de imprensa depois da entrega da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025.
A proposta de OGE 2025 prevê receitas e despesas de 34,63 biliões de kwanzas (cerca de 35 mil milhões de euros),com um preço de referência de 70 dólares por barril,estimando uma produção petrolífera de 1,098 milhões de barris/dia.
Segundo Vera Daves de Sousa,para o próximo exercício económico o país perspetiva a busca de fontes de financiamento o "mais baratas possíveis e com maturidades mais longas possíveis" e com período de carência.
Vera Daves frisou que interessam sobretudo os financiamentos multilaterais,bilaterais "com uma agência de cobertura de crédito à exportação,com uma garantia de uma multilateral para ajudar a tornar o custo mais baixo".
Em 2025,Vera Daves de Sousa disse que vai continuar a remoção aos subsídios dos combustíveis,com o Governo a trabalhar para as medidas de mitigação.
A governante angolana salientou que relativamente à questão do desemprego,a proposta de OGE para 2025 prevê uma capitalização adicional para o Fundo Nacional de Emprego,em mais de 21 mil milhões de kwanzas (20,1 milhões de euros),além de 382 mil milhões de kwanzas (366,8 milhões de euros),para capitalizar instituições financeiras públicas permitindo a cedência de mais crédito à agricultura familiar.
A titular da pasta das Finanças de Angola realçou que para os investimentos no Corredor do Lobito,ligação ferroviária que liga Angola aos países vizinhos,República Democrática do Congo e Zâmbia,o Governo vai continuar em 2025 a engajar fundamentalmente o setor privado.
"A dada altura,o Estado vai também ter que assumir as suas responsabilidades,mas todas as novas iniciativas que puderem ser levadas a cabo,com maior engajamento do setor privado serão bem-vindas",frisou.
"Estamos a capitalizar o facto de existir muito apetite das instituições financeiras internacionais,até daquelas que fornecem garantias,em ceder fundos,em garantir operação",acrescentou.
A ministra destacou que,este ano,Angola se endividou menos do que antevia,porque o custo financeiro é demasiado alto,mas o país tem a expectativa que as condições financeiras vão ser melhores,conseguindo nos mercados externos captar financiamento em melhores condições.
Por sua vez,o ministro do Planeamento,Victor Hugo Guilherme,disse que o Governo tem consciência que o nível de crescimento atual é muito reduzido face à previsão do crescimento da população.
Para 2025,o Governo prevê uma taxa de crescimento de 4,1%,disse Victor Hugo Guilherme,salientando que o ideal seria uma paridade entre a taxa de crescimento da população ao crescimento do Produto Interno Bruto,o que não acontece atualmente.
Relativamente à taxa de inflação,o ministro do Planeamento angolano salientou que a previsão média para o período é de cerca de 26.9% e para 2025 19.3%.
"Mas mesmo assim ainda estamos em níveis bastante altos,pensamos que,com outras medidas,sobretudo as medidas de estímulo à economia podemos fazer com que a produção possa aumentar e os preços possam baixar",vincou.