Maquinistas exigem que Governo se retrate da ligação entre acidentes e álcool
11-15 HaiPress
Em comunicado enviado à Lusa,o SMAQ expressou a sua "profunda indignação pela maneira como o tema da segurança ferroviária foi abordado" pelo ministro da Presidência,António Leitão Amaro,na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros de hoje,onde foi aprovado um decreto-lei "que previne acidentes na ferrovia".
O sindicado dos maquinistas exigem que o ministro de retrate e corrija as suas declarações,que consideram desrespeitosas,despropositadas e que demonstram "uma flagrante falta de conhecimento dos Relatórios Anuais de Segurança do IMT" (Instituto da Mobilidade e dos Transportes),que demonstram que os critérios que afetam a pontuação do país nos 'rankings' europeus têm,"na sua maioria,origem em questões da infraestrutura ferroviária,suicídios,em que o maquinista não deixa de ser também vítima,acidentes em passagens de nível,bem como fatores extrínsecos ao trabalho dos maquinistas".
O sindicato vincou que "não existe,de facto,nenhum acidente ferroviário que tenha sido causado por álcool" e que a taxa de álcool atual,de 0,20 gramas por litro,é "extremamente rigorosa e preventiva",lembrando que os maquinistas são sujeitos a exames médicos e despistagem frequentes.
Em conferência de imprensa,o ministro da Presidência afirmou que "não é muito conhecido,mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem" e que tem "um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus",explicando que o Governo aprovou um decreto-lei que reforça "as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário,criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool".
"Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes,tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa",rematou o governante.