Você sofre com a Síndrome de Rebecca? Conheça condição que prejudica relações amorosas
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O termo viralizou nas redes sociais e fala sobre o ciúme excessivo relacionado à vida amorosa pregressa da pessoa — Foto: Shutterstock
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 09/01/2025 - 16:18
"Síndrome de Rebecca: Ciúme obsessivo em relacionamentos"
A Síndrome de Rebecca,ciúme obsessivo inspirado em personagem,afeta relações amorosas. Profissionais alertam sobre a necessidade de estabelecer limites,reforçar confiança e buscar ajuda terapêutica para superar comportamentos invasivos e inseguranças passadas. Relatos reais ilustram a importância de reconhecer e lidar com esse problema.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A curiosidade sobre a vida pregressa de antigos amores de seus companheiros,em níveis quase obsessivos,é comum para a analista de licitação Luiza Dias,de 36 anos. Ainda que se considere uma mulher bonita,independente e cheia de vida,ela vive relacionamentos atormentados pela insegurança. “Em um deles,meu ex disse,quando começamos a nos envolver,que ainda gostava de outra namorada. Isso foi muito prejudicial,porque comecei a ‘stalkear’ a menina”,relembra Luiza. “Queria saber o que ela fazia,onde malhava,quem eram os amigos e o seu gosto musical,como se eu tivesse interessada em conhecê-la e entender o motivo de ele ter se apaixonado pela ex”,conta a analista.
A analista de licitação Luiza Dias,de 36 anos — Foto: Arquivo pessoal
O ciúme excessivo,quase paranoico,não é uma novidade ou exclusividade vivida apenas por mulheres,mas o assunto viralizou entre elas recentemente nas redes sociais,principalmente no TikTok,e ganhou nome: Síndrome de Rebecca. A referência vem do livro da escritora britânica Daphne Du Maurier,“Rebecca”,inspiração para o filme “Rebecca,a mulher inesquecível” (1940) do mestre do suspense Alfred Hitchcock (1899-1980). Na trama,um viúvo se casa novamente,mas as constantes menções à ex-mulher,Rebecca,fazem com que a nova esposa fique cada vez mais insegura. Assim como Luiza. “Era visível o quanto era excessivo. Não dava atenção ao meu namorado para ter um relacionamento com ele. Era como se eu namorasse a ex dele”,analisa.
Denise Figueiredo,psicóloga especializada em casais,diz que a Síndrome de Rebecca prejudica o casal a ter a própria história. “O protagonismo da relação vira o outro,que nem está lá,ocupando a narrativa. O que o outro viveu,já foi,não há como controlar.” Para que a confiança possa ser criada,reforça a profissional,é essencial dar segurança ao parceiro e estabelecer limites,fortalecer o parceiro e mostrar que a escolha é viver a história atual,e não a passada. “Seja firme. Não tenha medo de dizer: ‘Isso é inegociável para mim,não vou falar mais sobre esse assunto’. Porque o passado é uma fonte inesgotável de inseguranças”,alerta Denise.
Cartaz do filme 'Rebecca,a mulher inesquecível' (1940) do mestre do suspense Alfred Hitchcock — Foto: Divulgação
Até por isso,Luiza,a personagem que inicia essa reportagem,ressalta que alguns companheiros tiveram sua parcela de culpa nessa dinâmica. “Tem caras que alimentam essa competição,falando coisas inapropriadas ou não encerrando ciclos”,afirma a analista de licitação. Depois de sofrer com relacionamentos repletos de comparações e dores,ela recorreu à terapia,e hoje entende o lugar que ocupa.
Vítima de perfis fakes criados pelo ex-namorado nas redes,a publicitária Chris Menezes,de 55 anos,teve o passado devassado. No início da relação,o sujeito agia como se fosse seu “dono”. O fato de ter saído com mais pessoas do que ele,que havia sido casado,era um grande problema. “Me sentia culpada pelas minhas experiências”,ela desabafa. No ambiente on-line,ele vigiava as interações dela com outros homens. “Uma vez,estava na casa dele e recebi um telefonema. Precisei fazer uma anotação e peguei um caderno qualquer. Naquelas páginas,descobri que ele anotava os nomes dos caras com quem eu falava e interagia nas redes: amigos,ex,qualquer homem.” Depois de dois anos,enfim,conseguiu colocar um ponto final na história.
A publicitária Chris Menezes,de 55 anos — Foto: Arquivo pessoal
Identificou-se com os relatos que leu aqui? Busque ajuda profissional para se fortalecer. “Para quem sofre com o problema,é comum ter um comportamento obsessivo,com pensamentos intrusivos e potencial de causar constrangimentos,sensação de invasão e perda do controle”,diz Adriana Mendonça,psicóloga especialista em casais e família. “Compreender as razões psicológicas do problema por meio de terapia é muito importante”,pontua. Afinal,nenhum fantasma deve assombrar um relacionamento.