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Bolsonaro denunciado: para PGR, live contra urnas em 2021 foi marco zero da trama golpista

02-19 IDOPRESS

O então presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Justiça,Anderson Torres,durante live citada na denúncia da PGR — Foto: Reprodução

Uma transmissão ao vivo do então presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais em 29 de julho de 2021 é considerada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) o marco zero da trama golpista pela qual o ex-ocupante do Palácio do Planalto foi denunciado na noite desta terça-feira (18). A “live bomba”,como foi divulgada na época,reproduziu uma série de informações falsas a respeito do sistema eleitoral brasileiro e apontou,sem provas,que a vitória de Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial de 2014 havia sido fraudada.

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No entendimento do procurador-geral,Paulo Gonet,a organização criminosa liderada por Bolsonaro se estabeleceu nesta data e se estendeu até 8 de janeiro de 2023,quando se deram os ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Conforme publicamos no blog na época,a transmissão serviu para incendiar a militância bolsonarista,que tratou como “corajosa” e “histórica” a transmissão de duas horas,em que Bolsonaro exibiu vídeos antigos com teorias sobre fraudes em urnas eletrônicas – todas já desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época.

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O vídeo chegou a ser derrubado quase um ano depois pelo YouTube na sequência da reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores em que o então presidente pôs a lisura das urnas eletrônicas em xeque. O encontro baseou sua primeira condenação no TSE a oito anos de inelegibilidade em 2023.

Na transmissão de 2021,que durou duas horas,Bolsonaro disseminou desinformação sobre a confiabilidade das eleições,atacou o Supremo Tribunal Federal (STF),fez ameaças golpistas e convocou manifestantes para um protesto a favor do voto impresso.

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"Os que me acusam de não apresentar provas,eu devolvo a acusação. Apresente provas de que ele não é fraudável",disparou o então presidente.

Na ocasião,Bolsonaro havia prometido revelar supostas “provas de fraude” na contagem de votos do segundo turno entre Dilma e Aécio Neves (PSDB),tese que levantou outras vezes no passado. A teoria conspiratória,porém,jamais teve amparo técnico e foi desmentida diversas vezes por especialistas e pela própria Justiça Eleitoral.

O ex-presidente também declarou diversas vezes que teria vencido no primeiro turno em 2018,mas uma fraude teria o forçado a disputar a segunda rodada contra Fernando Haddad (PT) - que,apesar da pretensa conspiração,acabou derrotado.

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