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Presidente do México adverte que não vai tolerar uma 'invasão' dos EUA na luta contra cartéis

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Claudia Sheinbaum,presidente do México: ofensiva contra medidas de Trump — Foto: Reprodução / X

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GERADO EM: 21/02/2025 - 03:16

Presidente do México adverte EUA contra 'invasão' na luta contra cartéis

A presidente do México,Claudia Sheinbaum,adverte os EUA contra qualquer 'invasão' na luta contra cartéis. Ela ampliará ação contra fabricantes de armas americanas e propõe reforma constitucional para proteger a soberania do país. A designação de cartéis como terroristas por Trump gera tensão,levando o México a reforçar sua posição. Medidas de segurança e diálogo são prioridades para garantir a integridade da nação diante das ameaças externas.

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A presidente do México,partiu para a ofensiva e advertiu que não tolerará uma "invasão" dos Estados Unidos e que ampliará um processo contra fabricantes de armas daquele país,após Donald Trump designar os cartéis do narcotráfico como terroristas.

Entenda: Ao classificar cartéis como grupos terroristas,Trump abre caminho para operações na América LatinaTrump classifica a agência de notícias Associated Press como 'organização de esquerda radical'

Sheinbaum afirmou em sua conferência diária que,embora seja uma decisão autônoma de Washington,isso não deve se tornar uma "oportunidade (...) para invadir" sua "soberania".

- Podem dar o nome que quiserem (aos cartéis),mas com o México é coordenação,nunca subordinação,sem intervencionismo e,muito menos,invasão - declarou a mandatária de esquerda. - Não negociamos a soberania - enfatizou.

O governo Trump designou na quarta-feira oito grupos criminosos da América Latina como organizações terroristas,ampliando suas faculdades para persegui-los,por exemplo,financeiramente.

As designações fornecem "ferramentas adicionais para deter esses grupos" e "reduzir o apoio às atividades terroristas",destacou nesta quinta-feira o secretário de Estado dos EUA,Marco Rubio,em um comunicado.

Como a designação de cartéis como ‘organizações terroristas’ pelo governo Trump pode prejudicar a economia dos EUA

Horas depois,Rubio suavizou a declaração em uma entrevista na rede social X: "No caso do México,a preferência sempre é trabalhar em conjunto com nossos parceiros (...),e podemos fornecer muitas informações sobre quem são e onde estão localizados" esses grupos recém-designados.

Entre os alvos da medida estão seis cartéis mexicanos – incluindo os de Sinaloa e Jalisco Nova Geração –,o Tren de Aragua (Venezuela) e a Mara Salvatrucha (El Salvador),acusados de tráfico de drogas e de pessoas.

O Canadá,como parte de seus compromissos com Washington no combate ao narcotráfico,também declarou terroristas as mesmas organizações que os Estados Unidos,com exceção do Cartel do Nordeste.

No México,que perdeu metade de seu território para os Estados Unidos no século XIX,ameaças militares do país vizinho sempre geram preocupação.

Por isso,Sheinbaum anunciou que apresentará ao Congresso – de maioria governista – uma reforma constitucional para blindar o país contra possíveis ações "lesivas à integridade,independência e soberania da nação" ou violações do território,seja por terra,mar,água ou espaço aéreo.

A emenda também proibirá qualquer participação estrangeira em investigações "sem a autorização expressa do Estado mexicano",detalhou Sheinbaum.

Sobrevoos com drones

Mídias dos Estados Unidos,como The New York Times,apontam que desde o retorno de Trump ao poder,em 20 de janeiro,os sobrevoos de drones americanos sobre o México aumentaram para coletar informações contra os cartéis.

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Agora,essas organizações "são elegíveis para ataques com drones",escreveu na quarta-feira o magnata Elon Musk,braço direito do presidente republicano.

No entanto,Sheinbaum assegura que essas operações fazem parte de uma colaboração de anos entre os dois países. Seu governo anunciou entre quarta e quinta-feira a captura do chefe de segurança e de um operador financeiro de uma facção do cartel de Sinaloa.

A presidente também confirmou que,nas últimas horas,representantes da Secretaria de Defesa do México e oficiais do Comando Norte dos EUA conversaram por telefone sobre a segurança na fronteira de 3.100km.

- Falou-se sobre comunicação e coordenação com respeito à soberania - pontuou Sheinbaum,que recentemente ordenou o envio de 10 mil soldados para a zona fronteiriça,onde atuam os cartéis.

Essa decisão fez parte de acordos com Trump para que ele adiasse por um mês,até o início de março,a entrada em vigor de tarifas de 25% sobre as exportações mexicanas.

Trump acusa México e Canadá – seus parceiros no acordo comercial T-MEC – de não fazerem o suficiente para conter a migração ilegal e o tráfico de fentanil,substância associada a dezenas de milhares de mortes por overdose nos Estados Unidos a cada ano.

Contra fabricantes de armas dos EUA

Em resposta à decisão de Trump sobre os cartéis,a presidente também anunciou que o México ampliará o processo movido contra fabricantes de armas dos Estados Unidos.

"Haverá uma ampliação dessa ação judicial por cumplicidade contra aqueles que vendem as armas introduzidas neste país",afirmou.

O governo mexicano já processou várias fabricantes americanas por negligência na venda de armas que acabam nas mãos dos cartéis do narcotráfico. Segundo Sheinbaum,a ação,que enfrentou vários reveses,agora incluirá uma nova acusação de suposta cumplicidade com grupos terroristas.

A presidente citou novamente dados do próprio Departamento de Justiça dos EUA,segundo os quais quase três quartos das armas que entram ilegalmente no México vêm dos Estados Unidos.

Desde que o México declarou guerra ao narcotráfico em 2006,com participação das forças militares,o país acumula mais de 480.000 homicídios e cerca de 110.000 desaparecidos,a maioria atribuída a ações do crime organizado.

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