Contra alta nos preços, governo prepara compra de 91 mil toneladas de arroz em abril
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Estoque de sacas de arroz — Foto: Samsul Said/Bloomberg
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 18/03/2025 - 21:28
Governo Antecipará Compra de Arroz para Combater Preços Altos
Para combater a alta nos preços dos alimentos,o governo brasileiro antecipará para abril a compra de 91 mil toneladas de arroz,pagando até 20% acima do preço mínimo. A medida visa recompor estoques e garantir abastecimento,beneficiando produtores e consumidores. A Conab,com R$ 150 milhões disponíveis,executará a operação. Além do arroz,trigo,milho e feijão são prioridades.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O governo vai antecipar,de agosto para abril deste ano,a compra de arroz dos produtores por valores até 20% acima do preço mínimo para conter a alta do produto que faz parte da cesta básica do brasileiro. O Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de arroz por ano.
Com isso,será dado o primeiro passo para que os armazéns públicos,hoje esvaziados,possam ser preenchidos com esse cereal,presente em praticamente todos os lares brasileiros. A previsão é que sejam adquiridas cerca de 91 mil toneladas do produto.
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A medida tem duas vertentes. De um lado,agrada o agro,ao dar rentabilidade para o rizicultor antes do período previsto inicialmente,de entressafra. Atualmente,a safra recorde de grãos,estimada em mais de 300 milhões de toneladas,está sendo colhida.
De outro lado,poderá garantir o abastecimento no mercado interno mais para a frente e evitar altas significativas de preço.
Segundo explicou ao GLOBO o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),Edegar Pretto,a compra de arroz para a formação de estoques reguladores será feita na modalidade Contrato de Opção de Venda. O governo adquire o produto por um valor 20% acima do preço mínimo que estiver em vigor.
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Ele disse que conta com R$ 150 milhões para a aquisição de arroz,valor que não está incluído nos R$ 350 milhões previstos no Orçamento da Conab para a recomposição de estoques. Contando todas as fontes de recursos,a estatal dispõe de quase R$ 500 milhões.
— A estratégia da Conab é aproveitar essa antecipação de agosto para abril,porque vai melhorar a rentabilidade do produtor,não tem risco de o preço subir muito por causa da produção e a empresa vai formando estoque. Quando chegar lá na frente,na entressafra,a Conab já entra vendendo o produto — disse Pretto.
Ele continuou:
— Temos mais de R$ 150 milhões reservados para o contrato de opção. Se quiserem fechar o contrato conosco,já pagamos,colhemos o arroz e botamos nos nossos armazéns. É uma forma de anteciparmos o nosso estoque de arroz — completou.
A política de estoques reguladores foi extinta pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua retomada era uma promessa de campanha para o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a alta de preços dos alimentos e com poucos armazéns,ficou decidido que era preciso avançar na medida.
Além do arroz,são prioridade para o governo o trigo,o milho e o feijão. O Brasil tem dez estados produtores de trigo,sendo o Rio Grande do Sul o principal. Como o preço do produto estava abaixo do mínimo,a Conab comprou 10 mil toneladas do cereal,que também precisa ser importado para atender à demanda doméstica.
— Depois de onze anos,conseguimos colocar o trigo comprado na unidade da Conab em Ponta Grossa,no Paraná e voltou o estoque de trigo. Estamos olhando com muita atenção para o trigo,que é a farinha,o pão nosso de cada dia.
Há cerca de 200 mil toneladas de milho nos armazéns da Conab. O produto foi comprado em um momento de baixa do preço e a operação para a Conab foi considerada barata. Com a colheita da safra,Pretto espera uma estabilização nos preços de carnes suína,de frango e ovos,uma vez que o milho é usado como ração de animais. Não há feijão nos armazéns.
Pretto disse que estão sendo tomadas medidas de recuperação dos armazéns,com recursos do BNDES,da Itaipu Binacional e outras fontes. Segundo o presidente da Conab,atualmente a capacidade de armazenamento público e privado no Brasil é de 210 milhões de toneladas,para uma safra de 328 milhões de toneladas.
— O Brasil é o único país do mundo que colhe três safras. Para fazer estoque,é preciso duas coisas básicas: comprar e ter onde guardar.
Mas a ideia,salientou Pretto,não é fazer grandes volumes de estoques,e sim garantir ao menos "o básico",como arroz,feijão e milho para os animais. O presidente da Conab assegurou que não há intenção de se fazer uma política intervencionista.
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