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Argentinos protestam contra Milei na véspera de greve geral, que terá novo acordo com FMI entre os alvos

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Um homem segura um cartaz que diz “Milei vigarista. Não ao FMI” durante um protesto de aposentados e sindicalistas contra o governo do presidente argentino Javier Milei,em frente ao Congresso — Foto: Tomas Cuesta/AFP

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GERADO EM: 09/04/2025 - 20:26

Protestos e greve na Argentina contra ajustes fiscais de Milei

Milhares de argentinos protestaram contra o ajuste fiscal do presidente Javier Milei,enquanto sindicatos convocaram uma greve geral,rejeitando o acordo iminente de US$ 20 bilhões com o FMI. O protesto,que também demanda melhorias para aposentados,reflete o descontentamento social e a deterioração do clima econômico,apesar do apoio ainda significativo a Milei devido à redução da inflação.

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Milhares de argentinos protestaram nesta quarta-feira na véspera de uma greve geral contra o ajuste fiscal do presidente Javier Milei,enquanto seu governo aguarda um crédito do Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 20 bilhões (R$ 121 bilhões) para sustentar seu plano econômico.

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As três principais centrais sindicais argentinas se mobilizaram a partir do meio-dia desta quarta-feira em frente ao Congresso,juntamente com organizações sociais e aposentados. À meia-noite vão paralisar as atividades por 24 horas,reivindicando uma guinada política.

Entre as reivindicações estão a demanda por sindicatos livres e melhorias nas pensões,a atualização do bônus e aumentos nos orçamentos de saúde e educação.

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"Vim para defender os direitos dos aposentados e porque estou farto deste governo",disse Carlos Salas,um funcionário público de 63 anos,presente no protesto realizado ao som de trompetes,tambores e algumas bombas de efeito moral.

O protesto coincidiu com uma viagem surpresa de Milei a Assunção,no Paraguai,onde se reuniu com o presidente Santiago Peña,defendendo a "liberdade econômica" impulsionada nos dois países.

Ao mesmo tempo,a liderança da CGT está tentando paralisar o país em rejeição ao acordo que o governo está prestes a fechar com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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A greve encontrará um governo na expectativa,depois que o FMI anunciou,na véspera,que o acordo técnico com a Argentina está pronto para ser examinado pela diretoria da instituição "nos próximos dias".

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Casa em Cariló espelha mata ao redor — Foto: Reprodução/La Nacion

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Casa espelhada em Cariló tem dois andares — Foto: Reprodução/La Nacion

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Casa em Cariló tem gerado admiração e espanto entre moradores — Foto: Reprodução/La Nacion

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Mansão 'invisível' em Cariló pode ser risco para fauna local — Foto: Reprodução/La Nacion

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Escritório responsável por projeto de mansão 'invisível' afirma querer integrar construção ao meio ambiente — Foto: Reprodução/La Nacion

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A Argentina anseia por uma antecipação de pelo menos 40% do empréstimo para acalmar a forte tensão cambiária devido à qual o Banco Central vendeu mais de US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 11 bilhões) de suas reservas nas últimas semanas.

O novo empréstimo é visto com desconfiança por parte da população. "Já vivemos isto. A grana do FMI é para que a roubem toda",disse Salas,em alusão à dura crise econômica e social que o país atravessou em 2021.

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A marcha de hoje foi realizada em apoio aos protestos organizados todas às quartas-feiras pelos aposentados,o setor mais afetado pelos ajustes,em frente ao Congresso pelo aumento de seus benefícios.

A greve geral é a terceira contra o governo de Milei e marca a deterioração do clima social após dezenas de milhares de demissões e 15 meses consecutivos de queda do consumo.

"Não há precedentes de um governo que arruinou em tão pouco tempo a situação social tão profundamente",disse à AFP o analista político Artemio López,diretor da consultoria Equis.

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López destacou uma deterioração na imagem presidencial,"produto de eventos desafortunados e do rigor do ajuste",que se traduz "na pior distribuição de renda dos últimos 20 anos".

Ainda assim,a seis meses das eleições legislativas de outubro,Milei mantém um apoio de 40%,45% graças à redução da inflação,de 211% em 2023 para 118% no ano passado.

Isto contribuiu para fazer a pobreza recuar aos níveis de 2023 (38%),depois de ter chegado a 52,9% no primeiro semestre de seu governo.

Tropeços

Milei tem acumulado "erros não forçados que impactaram de forma clara sua iniciativa e capacidade de estabelecer uma agenda e sobretudo na opinião pública",disse à AFP Sergio Berensztein,doutor em Ciência Política pela University of North Carolina,Chapel Hill.

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Seu principal "tropeço" foi o escândalo do "criptogate",quando Milei promoveu em sua conta na rede X uma criptomoeda cuja cotação despencou logo depois. O caso será investigado no Congresso,que interrogará membros de seu gabinete. O caso também é investigado pela justiça na Argentina e nos Estados Unidos.

Neste contexto,"o acordo com o Fundo chega em um momento crítico",segundo Berensztein,porque é "um elemento a favor do processo de estabilização econômica que segue sendo o principal atributo que o governo tem".

Não estão claros os detalhes do acordo com o FMI,a quantia dos pagamentos e as exigências ao governo.

Alinhado com o que o FMI prega,Milei prometeu eliminar o controle cambial que vigora desde 2019,mas até agora o usou como âncora da inflação.

A política cambial "tem sido o principal problema para desbloquear o acordo",explicou à AFP Claudio Loser,ex-diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental.

O Fundo certamente "não quer que sejam gastas as reservas para manter a taxa de câmbio achatada",disse.

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