Conselho de Ética da Câmara analisa pedido assinado por Motta de suspensão do mandato de deputado por ofensas a Gleisi
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Deputado Gilvan da Federal em sessão na Câmara — Foto: Reprodução
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 06/05/2025 - 00:00
Conselho de Ética avalia suspensão de deputado por ofensas a ministra
O Conselho de Ética da Câmara analisa pedido de suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por ofensas à ministra Gleisi Hoffmann. A representação,liderada por Hugo Motta,alega conduta incompatível com o decoro parlamentar. O relator,Ricardo Maia,apoia a suspensão. Ataques ocorreram durante reunião com o ministro Ricardo Lewandowski. A bancada feminina do PT repudiou as declarações.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O Conselho de Ética da Câmara analisa nesta terça-feira a representação em que a Mesa Diretora da Casa pede a suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por seis meses,em função de ofensas feitas contra a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
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Segundo o documento,encabeçado pelo presidente da Câmara,Hugo Motta (Republicanos-PB),Gilvan praticou “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar” ao fazer “manifestações gravemente ofensivas e difamatórias contra deputada licenciada para ocupar cargo de ministra de Estado,em evidente abuso das prerrogativas parlamentares,o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato”. O relator do caso é o deputado Ricardo Maia (MDB-BA),que deu parecer favorável à suspensão.
"Trata-se de medida legítima,proporcional e necessária,que visa preservar a dignidade da representação parlamentar e zelar pela integridade da instituição legislativa perante o povo brasileiro",escreveu o relator.
Os ataques feitos pelo deputado aconteceram na semana passada,durante reunião da Comissão de Segurança Pública em que o ministro da Justiça,Ricardo Lewandowski,participou. Na ocasião,Gilvan também fez uma referência ao líder do PT na Câmara,Lindbergh Farias (RJ),que também estava presente na comissão e discutiu com o deputado bolsonarista.
— Na época em que esse ex-presidiário (o presidente Lula) foi preso,eu estava na Polícia Federal,e chovia ataques à PF pelo pessoal do PT. Por exemplo,da (então) senadora Gleisi Hoffmann. Hoje,elogiam a PF porque temos um diretor-geral petista. Na Odebrecht,existia uma planilha de pagamento de propina a políticos. Eu citei aqui o nome Lindinho e Amante,que devia ser uma prostituta do caramba. Teve até deputado que se revoltou. Ou seja,a carapuça serviu — declarou o parlamentar na sessão.
Uma lista apreendida na Lava-Jato e que reunia apelidos de políticos para controlar supostos repasses indicava que o termo Amante se referia a Gleisi. A hoje ministra foi absolvida em um processo da operação e teve denúncias rejeitadas ou arquivadas em outros casos.
O mesmo deputado disse no início de abril que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a repercussão negativa,ele disse que exagerou ao fazer essa declaração.
Essa é a primeira representação feita ao Conselho de Ética sob as novas regras aprovadas pela Câmara no final do ano passado. Projeto de resolução chancelado pelos deputados dá mais poderes para a cúpula da Casa para fazer representações. As regras atuais aceleram um desfecho sobre os casos contra os parlamentares. Os pedidos da Mesa terão que ser analisados em um prazo de cinco dias úteis pelo Conselho de Ética. Se não houver decisão nesse prazo,a representação será votada diretamente em plenário na próxima sessão marcada.
A bancada feminina do PT divulgou uma nota em que repudiou as falas do parlamentar.
“Enquanto se dirige a seus colegas homens com deferência protocolar,ataca a companheira Gleisi com uma fala vil,sexista e criminosa,utilizando termos chulos e inaceitáveis. Tal ato configura não apenas crime contra a honra (Art. 140 do Código Penal),agravado por ser contra figura pública em razão de suas funções (Art. 141,II,CP),mas também representa uma agressão simbólica a todas as mulheres que lutam por participação política e enfrentam diariamente o machismo e a misoginia”.
O primeiro vice-presidente da Câmara,Altineu Côrtes (PL-RJ),o segundo vice,Elmar Nascimento (União-BA),o primeiro-secretário,Carlos Veras (PT-PE),o segundo secretário Lula da Fonte (PP-PE),a terceira secretária Delegada Katarina (PSD-SE) e quarto secretário Sergio Souza (MDB-PR) também assinaram a representação contra Gilvan