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Uma cor polêmica para 2026

12-08 HaiPress

Cloud Dancer,cor do ano da Pantone para 2026 — Foto: Divulgação | Pantone

RESUMO

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GERADO EM: 07/12/2025 - 19:41

"Pantone escolhe 'Cloud Dancer' para 2026 e enfrenta críticas"

O Instituto Pantone revelou o "Cloud Dancer",um branco suave,como a cor de 2026,gerando críticas por falta de originalidade. Descrito como um símbolo de calma e novos começos,muitos veem a escolha como uma tentativa de neutralidade sem propósito. O autor lamenta a ausência de cores vibrantes que reflitam o espírito do tempo e critica a cor por sua falta de imaginação e ousadia.

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Não sei vocês,que devem ter assuntos mais graves para tratar e nem tomaram conhecimento da notícia,mas eu fiquei decepcionado com a cor escolhida pelo Instituto Pantone para brilhar em 2026. Branco!?

A escolha da cor é um desses rituais de fim de ano que no Brasil já teve como destaque a seleção das Certinhas do Lalau,e agora,para que não se caia no risco de ofensas de gênero,rodam o mundo com certames intelectualizados como a escolha da palavra da temporada (em Portugal foi “apagão”)

“Cloud dancer” foi escolhida como a cor de 2026,mas não se deixe enganar pela poesia do nome. Depois do abominável off-white,é o novo jeito envergonhado de melhorar o status do velho branco de sempre. O “dançarino da nuvem” está sendo definido na propaganda como “um branco suave que sugere começos,um espaço para ser explorado em meio ao excesso e ao ruído do mundo – um sussurro de calma e paz”.

É como se a escolha da cor para 2026 fosse tomada por uma risível argumentação de ativismo cromático,pela ideologia de pigmentos um tanto à esquerda,e entrasse em campo,tipo “vamos dar as mãos”,“imagine all the people”,para ajudar o Lula e o Alcolumbre a ficarem de boa. É a cor do não me comprometa.

Tem horas que o “cloud dancer” parece um branco azulado da UTI,em outras imprime encardido,num claro vexame diante dos antigos representantes do gênero,o brancura Rinso e branco total radiante do Omo. O branco nos anos 60 fazia sentido – o álbum dos Beatles,em plena psicodelia,foi um escândalo –,mas em 2026 esse “dançarino da nuvem” é apenas um nome engraçado que deve ter dado ao publicitário que o inventou uma grana preta.

Para 2026 era preciso descobrir uma cor que não se orgulhasse da “neutralidade”,que tivesse propósitos maiores além de servir de escada para “designers,arquitetos e criativos” fazerem “combinações infinitas”. O branco da Pantone é a cor do silêncio e da falta de opinião,uma monocromia demagógica que não responde,como pretende,ao caos em vermelho sangue das guerras ou às ameaças laranjas do Trump. Pelo contrário. É a verdadeira cor de burro quando foge.

Em sua pretensão,ele parece querer escapar de uma pincelada fundamental aos tempos,a necessidade do matiz da diversão e do espanto. O branco posa sofisticado,mas,não à toa,serve para explicar o vazio ao pintar aflitivo na expressão “deu branco”. É a ausência de todas as cores,de todas as coragens. Nos imóveis Airbnb,deve ser a cor mais brochada nas paredes – não dá polêmica com o inquilino.

Há muitas cores no mundo: a seda azul do papel que envolve a maçã,o amarelo do Van Gogh,o verde-e-rosa da Mangueira,a “cor inexistente” do crítico Israel Pedrosa,o azul do Picasso,os vermelhos do açaí e do fauvismo do Matisse. Em 2021 o professor de química Mas Subramanian inventou um novo azul,o YlnMn Blue. Que tal um novo verde?

O branco “dançarino da nuvem” é triste. Falta de imaginação. Tempos atrás,um sabão em pó fez uma correção de rumo em sua propaganda. Deixou de lado a fissura em roupas tão preocupadamente alvas. Pediu que,antes de qualquer coisa,as pessoas se divertissem,rolassem de rir,rolassem na grama,e fizessem o mesmo que eu agora,roxo de entusiasmo,peço às cores do Instituto Pantone: “Sujem-se!”.

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